O tráfico humano é uma realidade dolorosa e marcante em diversos países do mundo, especialmente nas regiões mais carentes do globo, como na China. O tráfico sexual alimenta boa parte dessa indústria macabra, prejudicando a vida de milhares de pessoas todos os anos.
Na Ásia, um homem em particular, empresário residente na Coreia do Sul chamado Chun Ki-Won, está sendo reconhecido por sua luta contra o tráfico sexual de mulheres e crianças. Ele foi apelidado de “Asian Shindler” por causa do seu trabalho solidário.
O apelido é uma referência a Oskar Schindler, um industrial alemão e membro do Partido Nazista que salvou a vida de pelo menos 1.200 judeus das mãos de Adolf Hitler. Sua história foi retratada no cinema através do premiado filme que leva o seu nome, “A Lista de Schindler”.
Chun explicou que à NBC News que cerca de 99% dos desertores da China entram na Coreia à procura de mulheres para o tráfico sexual. “Como há uma grande demanda por mulheres na China, as pessoas na China pagam a patrulha de fronteira para trazer mulheres”, disse ele.
“Os norte-coreanos sabem que estão sendo vendidos quando eles escapam, então eles naturalmente caem no tráfico humano”, completou o pastor. Lee, uma mulher que conseguiu escapar do tráfico sexual na China, após escapar da ditadura comunista da Coreia do Norte, foi uma dessas pessoas.
“Quando descobri, me senti tão humilhada”, disse ela à CNN. “Comecei a chorar e pedi para sair, mas o chefe disse que pagou muito dinheiro por mim e que agora eu tinha uma dívida com ele.”
“Eu senti vontade de morrer 1.000 vezes, mas eu não podia nem me matar, pois o chefe sempre estava nos observando. Durante esses passeios, ele sempre ficava ao nosso lado, então nunca conversamos com ninguém”, lembra a moça.
A liberdade de Lee ocorreu após um dos seus clientes se compadecer do seu restado físico e emocional, percebendo que ela era tradada como uma escrava do tráfico sexual. Ele forneceu meios da jovem entrar em contato com o pastor Chun, que por sua vez montou uma operação de resgate para ela.
Chun largou sua vida empresarial ao ver a crueldade sofrida pelas mulheres que são escravizadas na China. Ele entrou no seminário, estudou teologia e se tornou pastor. Em 2001 foi preso na China, na fronteira China-Mongólia, por ajudar um grupo de desertores norte-coreanos, ganhando a liberdade no ano seguinte.
Hoje Chun atua secretamente e apesar das ameaças sabe que seu ministério é a vontade de Deus. “A Coréia do Norte anuncia que vai me matar uma ou duas vezes por ano”, disse ele à NBC News. “A China é enfática em querer me capturar”. Com informações: The Christian Post.