O caso da menina de dez anos de idade que foi estuprada por um tio e engravidou, tornou-se o centro de uma polêmica no último final de semana devido à decisão da Justiça que autorizou a prática do aborto. O contexto do problema foi comentado pelo pastor Renato Vargens, que destacou a “necessidade da Igreja de Cristo combater” o abuso sexual.
A menina foi submetida ao aborto no último domingo, 16 de agosto. Um grupo de católicos que atuam na luta pela defesa da vida protestaram em frente ao hospital onde o procedimento foi realizado. A legislação brasileira estabelece que a interrupção da gravidez em casos de estupro pode ser feita até a 22ª semana, mas a gravidez já chegava a seis meses e o bebê pesava aproximadamente 500 gramas, de acordo com informações do jornalista Bernardo Küster.
Vargens comentou o caso expressando sua tristeza com o cenário: “Quando eu soube da história da menina de 10 anos que engravidou de um pedófilo eu chorei. Confesso que fui tomado de uma imensa dor que arrebentou com minha alma. Me coloquei no lugar dos familiares, e não tive outra coisa a fazer a não ser chorar”, escreveu o pastor em seu blog.
“Diante desse relato horrendo e desesperador sinto que preciso me posicionar quanto ao acontecido […] Vale a pena ressaltar que faze-lo não é fácil, visto a complexidade do tema, todavia, apesar da nefrálgica situação entendo que seja importante uma posição do que penso para aqueles que me comumente me leem”, ponderou o pastor.
O dirigente da Igreja Cristã da Aliança, em Niterói (RJ) expressou sua “dor e solidariedade a família desta menina que foi abusada sexualmente”, e acrescentou que “entendo que pedofilia não é uma doença e sim crime e que todo aquele que comete esse tipo de pecado precisa ser punido com o rigor da lei, recebendo por seu ato pena máxima”.
“Apesar da dor e do sofrimento, mantenho minha posição de ser contrário ao aborto em toda e qualquer situação. Entendo que um crime jamais justifica o outro, visto que aborto é assassinato. […] Entendo que tanto a menina como a família precisam receber por parte do Estado acompanhamento psicológico e terapêutico. […] Neste caso, compreendo que a criança que nascer talvez precise de um outro lar, e que talvez o melhor a ser feito é que ela seja adotada por uma outra família”, escreveu, sugerindo ações para a eventualidade de casos semelhantes virem à tona.