Um pastor evangélico na África do Sul foi condenado à prisão após descumprir uma ordem judicial que o proibia de tecer comentários críticos à homossexualidade. A decisão foi tomada depois de um comentário em apoio à criminalização das relações entre pessoas do mesmo sexo.
O pastor Oscar Bougardt, líder da Igreja da Cidade do Cabo, ficará 30 dias preso, além de ter sido suspenso por cinco anos. A sentença surgiu de um processo por desacato ao tribunal depois que desconsiderou uma ordem que o proibia de fazer comentários anti-gay.
De acordo com informações do portal sul-africano News 24, o juiz Lee Bozalek, no Tribunal da Igualdade na Cidade do Cabo, disse que os comentários de Bougardt defendiam o ódio e eram claramente discriminatórios na última sexta-feira, 18 de maio.
Bougardt chegou a um acordo com a Comissão de Direitos Humanos da África do Sul em 2014, após declarações consideradas anti-homossexuais. Ele concordou em parar de fazer comentários contundentes sobre a comunidade LGBT. No entanto, em ocasiões posteriores, referiu-se aos gays como “pervertidos”.
Segundo a acusação, o pastor teria dito que na África do Sul as autoridades deveriam “lidar com eles como fazem na Nigéria”, onde a prática homossexual é crime. Bougardt também declarou que a seca que afeta a Cidade do Cabo deve ser atribuída à “maldade e homossexualidade e líderes de igrejas que não pregam a Bíblia e a abominação sodomita”.
Em janeiro de 2017, Bougardt concedeu uma entrevista afirmando que, assim como o pastor americano Steven Anderson, ele acreditava que a homossexualidade é um pecado. “Por que devemos ser tolerantes com seu estilo de vida criminoso? Noventa e nove por cento dos pedófilos derivam da homossexualidade”, alegou, na ocasião.
“Eu estou dizendo isso porque está provado que 99% dos pedófilos têm antecedentes homossexuais. Eles estão culpando seu estilo de vida anterior pelo que aconteceu. Vá e leia sobre isso”, reiterou.
Na ação contra o pastor, a Comissão dos Direitos Humanos pediu que o pastor fosse condenado a 30 dias de prisão e multado em 500 mil rands, o equivalente a R$ 180 mil. O juiz afirmou que o pastor ocupava uma posição de autoridade em sua comunidade e foi educado o suficiente para saber que haveria consequências legais para seu comportamento.