A vida cristã não é sinônimo de facilidades, como alguns podem imaginar. Pelo contrário, ter compromisso com Jesus Cristo exige dedicação, abdicação e fidelidade às Escrituras, algo que para o pastor Bruno Caetano Simplício, presidente da Atitude Espírito Santo, torna discipulado uma necessidade vital.
Em muitas igrejas, o discipulado é uma prática que existe apenas no início da conversão. Ou seja, quando alguém se converte a Jesus Cristo, essa pessoa entra para a “classe dos novos convertidos”, por exemplo, existente normalmente nas escolas bíblicas dominicais.
É nesse local onde os novos crentes aprendem os rudimentos básicos do cristianismo, como vida de oração, devocional e as diferenças básicas da fé cristã em relação a outras religiões.
No entanto, a Bíblia contém exemplos de discipulado que vão muito além da conversão inicial, sugerindo que a prática pode ser permanente, evoluindo apenas conforme o amadurecimento do cristão.
“Discipulado é uma caminhada espontânea entre duas pessoas, cujo alvo é que ambos se tornem cada vez mais parecidos com Cristo”, explica o pastor Bruno.
Desse modo, “todas as pessoas devem viver um discipulado consistente, tanto o recém-convertido quanto o velho de igreja, porque o nosso alvo é a medida da plenitude de Cristo. Então, não importa se eu tenho uma semana de igreja ou 60 anos, eu ainda não atingi essa plenitude”, ressalta.
Exemplos bíblicos
O pastor Bruno lembrou que a Bíblia oferece exemplos de pessoas que passaram pelo discipulado bíblico, no caso, com base nas Escrituras já disponíveis ou na revelação de Deus aos antigos profetas.
“Eliseu teve Elias como seu discipulador e isso foi fundamental. Ele chegou aonde deveria chegar, também, com a contribuição do discipulado. Há ainda Rute e Noemi, Barnabé e Paulo, Paulo e Timóteo, Paulo e Tito. São muitos exemplos bíblicos sobre isso”, disse o pastor, segundo a Comunhão.
O líder religioso, por fim, pontua que estar em uma caminhada de fé com outras pessoas, sendo acompanhado e/ou dividindo a jornada, é crucial para que a nossa própria vida espiritual possa ser aperfeiçoada através da troca de experiências.
“O discipulado é um termômetro. Às vezes nós não estamos percebendo comportamentos, atitudes, questões na nossa vida quando caminhamos sozinhos”, diz ele.
“Contudo, quando temos uma outra opinião, alguém que ora pela nossa vida, que tem princípios e valores baseados na Palavra de Deus, a gente consegue ter mais clareza sobre a nossa vida, perceber onde estamos errando, no que estamos falhando e o que podemos melhorar. Nós temos quem nos dê suporte, fortaleça, renove e encoraje”, conclui. Veja também:
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