Quem frequenta uma igreja evangélica histórica sabe que a pregação da Palavra de Deus é uma parte essencial do culto, normalmente feita após a realização de outras atividades cerimoniais, como cânticos e apresentações diversas, muitas vezes intercaladas com leituras da Bíblia.
Por esse motivo e, consequentemente, pela prática litúrgica ao longo da história, é comum a noção de que o momento da exposição bíblica é o mais importante no culto a Deus, o que não significa que as demais partes da celebração também não tenham a sua devida importância.
Mas, durante a sua participação recente em um programa da Igreja Assembleia de Deus de Abreu e Lima, Pernambuco, o pastor e teólogo Altair Germano, autor do livro “A Sã Doutrina – uma perspectiva pentecostal clássica”, fez um comentário que contraria essa perspectiva.
Segundo Germano, a pregação da Palavra não é o momento mais importante do culto, pois o “culto todo” teria a mesma importância. Ainda de acordo com o líder assembleiano, a noção tradicional teria sido o resultado da reação protestante aos desvios do catolicismo romano, séculos atrás.
“A ideia de que o elemento mais importante do culto é a pregação, foi ensinada por Lutero em resposta aos abusos dos rituais católicos, por ocasião da Reforma Protestante. Em 1 Coríntios 14.26, por exemplo, os salmos aparecem antes da doutrina, mesmo que isso não represente necessariamente uma questão de prioridade”, argumenta o pastor.
Visão polêmica
O próprio pastor Altair Germano, entretanto, reconhece que a sua visão sobre o tema é polêmica, indicando não haver consenso quanto a isso. De fato, não é por a caso, já que a Bíblia parece indicar, realmente, em ambos os testamentos, que a exposição bíblica possui um lugar de destaque no culto, já que os demais elementos da adoração são frutos do conhecimento adquirido a partir da revelação escrita.
Questiúnculas à parte, o pastor assembleiano vem se destacando por assumir um posicionamento mais em defesa da sã doutrina, inclusive com críticas ao que considera desvios no próprio meio denominacional.
Em outra ocasião, por exemplo, ele criticou o flerte de um representante da sua igreja com o ecumenismo, alertando que tal aproximação poderá resultar em erros grotescos, como a ordenação de homossexuais ao ministério pastoral. Assista:
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