O plano de “sinicização” que o Partido Comunista Chinês tem para todos os setores da sociedade local vem resultando num processo de perseguição implacável aos cristãos. O caso mais recente noticiado envolve um pastor que foi espancado pela Polícia.
Yang Hua, líder da Igreja Living Stone House, vive na cidade de Guiyang, na província de Guizhou, e fazia planos de visitar outros cristãos em Qingdao, Shandong. No dia 23 de maio, a Polícia do Partido Comunista Chinês (PCCh) o atacou.
De acordo com informações do portal Christianity Daily, os fiéis suspeitam que a Polícia soube dos planos de viagem do pastor Yang e o impediu, espancando-o. A entidade de monitoramento da liberdade religiosa International Christian Concern (ICC) está acompanhando o caso, e reportou que o líder cristão está gravemente ferido.
O pastor foi espancado por homens da Polícia do PCCh que não usavam uniforme. Um deles se identificou como representante do Comitê de Assuntos Políticos e Jurídicos em nível distrital em Guiyang, e outros três oficiais ficaram parados enquanto Yang era surrado.
Quando o ato de covardia acabou, ele foi levado para um hospital de ambulância, onde os médicos cuidaram das feridas no pescoço e orelha. O ouvido também pode ter sido comprometido, já que ele relatou um zumbido, e recebeu uma medicação.
A avaliação dos médicos é que o espancamento fez com que a pancreatite do pastor Yang, um problema preexistente, se agravasse. Agora, Yang está sendo acompanhado para que qualquer agravamento seja tratado.
Perseguição
Antes de ser espancado, Yang já havia sido preso por perseguição religiosa do PCCh durante uma repressão aos líderes e membros da Igreja Living Stone há alguns anos. Na ocasião, ele foi liberado em junho de 2019, após cumprir sua sentença de dois anos e meio.
Os casos de violência do PCCh contra cristãos, em especial, líderes, são recorrentes, já que o governo de Xi Jinping implementou controles mais rígidos sobre as igrejas, sejam elas registradas no Estado ou, mais importante, aquelas que são consideradas igrejas “clandestinas”.
As novas Medidas Administrativas da China para o Clero Religioso exigem que os líderes religiosos “autorizados” sejam registrados em um banco de dados nacional. Eles também devem pertencer a uma religião reconhecida pelo Estado, “apoiar a liderança do Partido Comunista Chinês” e não serem “dominados por forças estrangeiras”.
Recentemente, um pastor relatou ao Christian Solidarity Worldwide (CSW) que o PCCh está determinado a fazer o processo de “sinicização” da religião, tornando-a ”mais chinesa” e também aumentar a “‘partidização’ da religião”, o que resultaria em uma China unificada com “nenhuma crença religiosa”.
Os líderes cristãos locais e outras minorias religiosas – como os muçulmanos uigures – que resistiram à nova lei chinesa muitas vezes “enfrentaram perseguições, ameaças e até sentenças de prisão”, disse o presidente fundador da CSW, Mervyn Thomas.