Um ex-pastor acusado de estuprar uma menina de oito anos de idade no México foi condenado a comprar duas caixas de cerveja para o pai da vítima como punição por seu crime. O caso absurdo foi registrado na cidade de Santiago Quetzalapa.
Jerome Cirilo Cruz, 55, foi sentenciado após a família da jovem acusá-lo de abuso sexual no dia 12 de setembro. A região é lar do povo indígena, não possui nenhum acesso rodoviário e nem cobertura de celular.
Irritada com a falta de justiça, a família da criança estuprada foi até a casa do pastor, onde eles confrontaram sua esposa, que argumentou que seu marido foi “seduzido” pela menina, de acordo com informações da imprensa local.
Em 21 de setembro, nove dias após o incidente, a mãe da menina ficou preocupada com a deterioração da saúde da criança e levou-a à clínica de saúde San Pedro Sochiapam, localizada a três horas de distância, na província de Oaxaca.
A equipe médica constatou que a criança tinha sido agredida sexualmente e a transferiu para o hospital Cuicatlán para uma avaliação mais detalhada. A partir daí os pais da vítima pediram ajuda das autoridades locais de Oaxaca, que prenderam o pastor por suspeita de violação agravada.
Os conflitos e disputas em Santiago Quetzalapa geralmente são resolvido por tradições e costumes, e raramente são tratadas pela aplicação da lei oficial por causa da localização remota da cidade.
De acordo com informações do RT, o México tem sido repetidamente criticado por grupos de direitos humanos sobre as suas medidas legais inadequadas contra a violência doméstica e sexual. Mesmo fora das comunidades indígenas, o sistema de justiça, por vezes, modifica a gravidade das penas por crimes sexuais baseadas na “castidade da vítima”, conforme denunciou o relatório 2016 do Observatório dos Direitos Humanos.
Em 2015, o Observatorio Ciudadano Nacional Del Feminicídio (OCNF), um grupo de direitos humanos que monitora a violência contra as mulheres no México, revelou que, em média, seis mulheres são mortas todos os dias, e destacou que apenas 25% dos casos relatados entre 2012 e 2013 foram investigados, com apenas 1,6% resultando em um julgamento com condenação do acusado.