Um pastor canadense se tornou assunto no mundo todo ao expulsar a Polícia de sua igreja depois de uma tentativa de encerrar um culto de celebração da Páscoa. Ele concedeu uma entrevista e afirmou que a suspensão de cultos traz de volta memórias do comunismo sob a União Soviética.
Artur Pawlowski, que nasceu na Polônia e viveu sob o domínio soviético durante parte de sua infância, recebeu aplausos de pessoas em todo o mundo por sua coragem em enfrentar policiais e uma oficial de saúde pública, colocando-os para fora da propriedade da igreja depois que eles interromperam um culto.
O caso, registrado na cidade de Calgary, província de Alberta, no Canadá, impressionou milhões de pessoas ao redor do mundo. Em um dos vídeos, a soma de visualizações já ultrapassa 3 milhões.
Ao longo do vídeo, Pawlowski é visto dizendo aos policiais para “dar o fora” do templo e que eles “não voltassem sem um mandado”. Até que a oficial de saúde e os policiais recuassem, ele os chamou de nazistas e fez referências à Gestapo, a polícia secreta oficial da Alemanha durante o nazismo.
How to deal with Nazis.
Absolute legend 👊🏻 pic.twitter.com/aRlFoDfIpL
— Tony (@Mrtdogg) April 3, 2021
Intimidação
De acordo com informações do portal The Christian Post, diante da repercussão do vídeo, o Serviço de Polícia de Calgary divulgou um comunicado indicando que a presença da oficial de saúde e dos policiais na igreja era justificada por causa de uma preocupação de que “as pessoas presentes não estavam cumprindo as ordens de saúde pública COVID-19 do governo, que estão em vigor para garantir a segurança de todos”.
Pawlowski, concedeu uma entrevista ao Fox News Primetime na última terça-feira à noite, 06 de abril, para falar sobre o caso, e reiterou sua sensação de que viu uma demonstração do comunismo na ocasião.
O apresentador Mark Steyn observou que Pawlowski “cresceu atrás da Cortina de Ferro”, e acrescentou: “O que aconteceu com você na Páscoa foi exatamente, suponho, por que você não quis ficar atrás da Cortina de Ferro”.
“Eu cresci sob a ditadura do comunismo atrás da Cortina de Ferro, sob a brutalidade dos soviéticos, e estou lhe dizendo que isso não é nada divertido. Foi um desastre. Os policiais podem invadir sua casa, cinco da manhã, eles podem te espancar, torturar, eles podem te prender por qualquer motivo”, relembrou o pastor.
Na entrevista, ele afirmou que a sensação de ver os policiais uniformizados, acompanhados da oficial de saúde, “foi como [ter] um flashback” do que ele viveu durante o comunismo em seu país natal: “Tudo meio que voltou à vida desde a minha infância. E a única coisa que eu poderia fazer é afastar os lobos como um pastor, e usei minha voz para me livrar deles. Eles estavam violando ilegalmente nossos direitos no feriado durante a celebração da Páscoa”.
“Fiquei um pouco abalado. Mas eu fiz o que todo pastor, agora, no planeta Terra, deveria estar fazendo: afastar os lobos. Nós, como leões, nunca devemos nos curvar diante das hienas, e é isso que elas são agora”, acrescentou Pawlowski.
O apresentador do programa ouviu as palavras de defesa da liberdade ditas pelo pastor e ponderou que “muitas das coisas que foram aceitas no ano passado, por exemplo, a polícia de Nova York chutando uma mulher no chão porque ela não estava usando uma máscara, [e] governadores de estados americanos e províncias canadenses dizendo se você pode receber sua avó ou tia no Natal ou no Dia de Ação de Graças ‘são exemplos do’ controle rígido, 24 horas por dia, 7 dias por semana, sob o qual a maioria dos países comunistas viveu por meio século”.
Liberdade sob risco
Em seguida, ele perguntou ao pastor: “Está tudo começando a parecer preocupantemente familiar para você, a maneira como as pessoas aceitam [a situação]?”. Sem titubear, o líder evangélico respondeu afirmativamente: “Tenho alertado os canadenses nos últimos 16 anos que é isso que está por vir. Eu podia sentir o cheiro; Eu podia ver isso em cada esquina. A implementação do que estamos vendo agora […] começou […] cerca de 20 anos atrás”.
“A única maneira que conheço de combatê-los é [do jeito que ocorreu] em 1981 – testemunhei milhões de poloneses tomando as ruas e dizendo-lhes ‘Chega. Saiam do nosso país. Saiam, parem’. Milhões de poloneses foram às ruas durante o Solidariedade, Lech Walesa, e conquistaram sua liberdade”, acrescentou.
Por fim, o pastor urgiu aos cristãos a entenderem que a autoridade entregue aos governos por conta da pandemia pode ser um triste fim para o ocidente: “Essas pessoas nunca desistirão de seus novos poderes adquiridos. Você tem que exigir esses direitos de volta; você tem que lutar por seus direitos. Eles nunca vão devolvê-lo gratuitamente”.
“Os clérigos devem se unir e começar a afastar essa escuridão. Devíamos ir às ruas e dizer: ‘Chega de bloqueios, chega de restrições. Não vamos mais tolerar isso. Estamos lutando de volta’”, finalizou.