A relação entre setores do segmento evangélico com organizações e movimentos sociais ligados à ideologia de esquerda ganhou um novo marco em 2020, com o anúncio da escola de samba Mangueira de que o pastor Henrique Vieira, ativista político filiado ao PSOL, desfilará no carnaval deste ano representando Jesus.
Henrique Vieira, conhecido como um dos mais aguerridos militantes de esquerda no meio evangélico, desfilará com a Estação Primeira de Mangueira na Sapucaí com o enredo “A verdade vos fará livre”, que foi anunciado ainda em 2019 com forte viés ideológico e político, em oposição ao governo do presidente Jair Bolsonaro, eleito em 2018.
Outras figuras conhecidas que comporão o elenco da escola de samba são os atores Lázaro Ramos e Humberto Carrão, segundo informações do portal Pleno News.
Essa não é a primeira vez que Vieira faz uso político da imagem de Jesus Cristo, e a revelação de que ele participará do desfile foi duramente criticada pelo pastor reformado Renato Vargens, da Igreja Cristã da Aliança, em Niterói (RJ), que avaliou que o pastor militante de esquerda “não pode sequer ser considerado evangélico”.
“Não me surpreende a ação do ‘pastor’ em participar do carnaval carioca. Aliás, esse senhor não pode sequer se considerado evangélico. Além de defensor da teologia liberal, Vieira relativiza as Escrituras promovendo conceitos absolutamente antagônicos a Palavra de Deus, justificando o pecado, defendendo o aborto, negando portanto valores tão caros ortodoxia evangélica”, escreveu Vargens em sua conta no Instagram.
O líder evangélico foi além em sua crítica: “Esse senhor além de não representar os evangélicos desconhece o significado do conceito bíblico de pecado, amor e justiça, demonstrando com isso nunca ter conhecido de fato àquele que advoga conhecer”.