As cerimônias de casamento em igrejas evangélicas são precedidas de aconselhamentos e uma celebração baseada na fé cristã, mas para o pastor Russell Moore, é preciso filtrar quem tem direito a ter sua união celebrada por um pastor, em um templo cristão.
Durante um evento que reuniu centenas de líderes evangélicos, Russell Moore, presidente da Comissão de Ética e Liberdade Religiosa da Convenção Batista do Sul, nos Estados Unidos, afirmou na última segunda-feira, 29 de fevereiro, que os pastores não devem celebrar a união de incrédulos e de casais que estejam vivendo em pecado.
“Você não pode casar ninguém, exceto os crentes e pessoas sob a autoridade de Jesus Cristo”, explicou Moore. “Você não pode se responsabilizar pelos votos dos incrédulos”, acrescentou à plateia que compareceu ao evento, realizado na Primeira Igreja Batista em Montgomery, Alabama.
Segundo Moore, os pastores precisam suportar a pressão da congregação para que essas cerimônias de casamento sejam realizadas na igreja: “É preciso coragem para não fazer casamentos, para dizer ‘eu não vou fazer isso’”.
Como ilustração, Moore falou sobre a hipótese de um diácono querer que o pastor celebre a união de sua filha com um homem que se sabe que tem uma vida de pecado. Segundo Moore, o pastor tem obrigação de recusar, mesmo que isso cause desconforto: “Você tem uma crise. Pense sobre o que está em jogo. Você tem que ter coragem para fazer isso [recusar]”.
Para o pastor, a “ética sexual cristã” implica que se um cristão escolhe ignorar a moralidade sexual estabelecida na Bíblia, ele também está negando a fé como um todo: “Se nós somos um povo do Evangelho, isso significa que a nossa interpretação de uma ética sexual cristã não é uma questão de nossa escolha. É um mandamento que Ele nos deu”, afirmou, de acordo com informações do Christian Post.
“Os textos da Escritura cristã são muito claros. O casamento é projetado para ser uma porção do Evangelho. Ele é projetado para apontar para além de si, para a união de Deus e Sua Igreja […] Permitir uniões adúlteras é pregar um evangelho diferente. É dizer que Cristo não é fiel à sua noiva. A união permanente ao longo da vida no casamento, todas essas relações são destinadas para apontar para o Evangelho de Jesus Cristo”, concluiu.