Em tempos de coronavírus, não são apenas cultos e santa ceia que têm sido realizados através de meios virtuais. No Rio de Janeiro, o pastor Pedro Correia, da Comunidade Batista do Rio, inovou e realizou uma celebração de batismo nas águas online.
Conhecido como Pedrão, o pastor já ocupou manchetes antes por ter disputado o reality show No Limite e também por ter celebrado o casamento do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) com a psicóloga Heloisa Wolf.
As medidas de isolamento durante a pandemia levaram Pedrão a recorrer a uma inovação, e as imagens do batismo online percorreram as redes sociais, motivando memes sobre a situação. No último sábado, 04 de março, através da plataforma Zoom, o pastor batizou um fiel jogando água na tela onde a imagem do novo convertido era exibida, enquanto o rapaz se banhava com um balde em casa.
De acordo com informações do portal Uol, a proposta do pastor Pedrão é evitar contato e respeitar orientações de isolamento social da Organização Mundial da Saúde (OMS), mas a ideia não foi bem recebida pelos fiéis da congregação, que criticaram a inovação de seu líder, considerando-a um “exagero”.
“Enquanto pastor, zelo pela vida das minhas ovelhas. Não posso expor ninguém. Cancelei os cultos presenciais assim que o fim das aglomerações foi recomendado. Dias depois, soube que o pai de uma pessoa que seria batizada na igreja estava com Covid-19. Imagine se ele contaminasse cem pessoas? Meu papel é defender o isolamento social”, defende-se Pedrão.
Ele também tem realizado cultos online há duas semanas, inclusive com participação de Eduardo Bolsonaro: “Quando realizados presencialmente, temos 700 pessoas aglomeradas, coladas umas nas outras na igreja. Nosso último culto online, teve 4.000 espectadores e, para quem dizia que isso seria sinônimo de briga ou indisposição com a família Bolsonaro, devo avisar que o Eduardo participou e comentou com o desenhos de duas mãos juntas, indicando que estava em oração”, disse.
Ciente de que colegas de ministério podem efetuar críticas mais embasadas no que se refere à teologia, Pedrão já apresenta seu argumento de defesa: “Na Grande Comissão, Jesus disse que ‘temos que ensinar, batizar e evangelizar’. Temos cultos online só por um motivo: temos pessoas querendo ser batizadas, dentre elas, pessoas do grupo de risco. Eu até poderia realizar um batismo presencial por vez, sem promover aglomerações e resguardar essas pessoas. Mas, nesse caso, estaria dando um péssimo exemplo”, afirmou.
“Eu sei que vai ser babado, que vai ter gente falando pelos cotovelos, mas eu tenho a carcaça preparada para isso. Sou descolado na forma, mas conservador nos costumes. Não faço nada que agrida alguém”, resumiu Pedrão, que ao todo já realizou dezoito batismos nas águas online.
A Comunidade Batista do Rio tem como doutrina a crença que “o batismo na religião evangélica corresponde ao momento em que o fiel assume publicamente ser um seguidor de Jesus e morre para uma vida de pecados. Ao passar pelo batismo, essa pessoa ressuscita para uma vida em Cristo. Assim, tornando-se membro da nossa igreja”.