O empresário Eike Batista aceitou a Jesus em um culto da Assembleia de Deus de Rocha Miranda, em agosto de 2016, e na última segunda-feira, 30 de janeiro, foi preso pela Polícia Federal por suspeita de crimes cometidos ao longo dos últimos anos. No entanto, o pastor da denominação visitada pelo ex-bilionário há cinco meses entende que a prisão aconteceu porque a conversão não foi real.
“Se ele seguisse Cristo, do jeito que o Senhor falou para ele aqui, ele estaria livre”, disse o pastor Daniel Silva, durante o culto da última segunda-feira. Aparentemente, pelo discurso ouvido pelo repórter Caio Sartori, do jornal O Dia, o pastor entende que a conversão real do empresário poderia livrá-lo da prisão pelos supostos atos de corrupção cometidos ao longo dos últimos anos.
No culto, o pastor – conhecido também como Danielzinho – dizia aos berros que muitas reviravoltas aconteceriam na vida das pessoas, uma forma indireta de se referir ao empresário: “Quem estava rico vai ficar pobre e quem estava pobre vai ficar rico. Quem tinha não vai ter, quem não tinha vai ter […] Quem está em cima vai cair. Quem acha que é, não é nada. Porque Deus vai fazer justiça”, esbravejou o pastor.
Danielzinho também demonstrou irritação com as suposições feitas por outro líder religioso da vizinhança do templo que dirige, que teria questionado a seriedade de seu ministério. Verborrágico, o pastor não economizou em xingamentos: “Imbecil, idiota, panaca, profetinha de araque”, foram alguns dos termos usados.
Fé
Se o pastor acha que a prisão de Eike é uma prova de que ele não se entregou a Jesus, a família, discorda. A esposa de Eike, a empresária Flávia Sampaio, usou seu perfil no Instagram para expressar sua convicção de que há um plano divino: “Deus tem um propósito até nos dias mais difíceis”, dizia a imagem, acompanhada da legenda “Fé”.