O caso do pastor Andrew Brunson está chegando no mais alto escalão da política internacional. Sua prisão em 2016 está sendo discutida não apenas na Turquia, mas também na ONU e pelos Estados Unidos, país de origem do ministro que liderou por 20 anos uma igreja evangélica no exterior.
Brunson foi acusado de “espionagem” e cooperação com os líderes responsáveis pela tentativa de golpe de estado ocorrido na Turquia em 2016. Entre esses líderes estaria o clérigo islâmico Fethullah Gulen, um dos principais teólogos islâmicos do país, mas que atualmente vive nos Estados Unidos como refugiado político.
Na última terça-feira (15), um promotor turco acusou formalmente o pastor Andrew Brunson de ser um “executivo” de um grupo que o governo turco do presidente Recep Tayyip Erdoğan afirma ser responsável pela tentativa de golpe. As informações foram divulgadas pela agência de notícia Turkish Dogan.
A intenção, ainda segundo a agência, é de condenar o pastor à prisão perpétua. Segundo informações da Comissão dos Estados Unidos pela Liberdade Religiosa Internacional (USCIRF), às acusações são falsas e a tentativa de condenação uma forma de querer pressionar os Estados Unidos para extraditarem o líder islâmico Fethullah Gulen.
“O governo da Turquia prendeu o pastor Brunson em grande parte com base em uma suposta ‘testemunha secreta’ e provas secretas que eles se recusam a publicar. O governo turco deve reverter o curso deste caso imediatamente e pedimos à comunidade internacional que condene esta acusação”, disse a UUSCIRF em nota.
A filha do pastor, Jacqueline, foi ao Conselho de Direitos Humanos da ONU na sexta feira passada pedir providências sobre o caso:
“A Turquia não deve se esquivar para permanecer com meu pai nem mais um dia. Tendo crescido na Turquia, foi difícil para mim entender a situação. Minha família ama e respeita o povo turco, e meu pai se dedicou a servi-los por mais de duas décadas”, disse ela.
Por ser um país membro da Organização do Tratado do Alântico Norte (OTAN), a USCIRF pede aos países do bloco que pressionem Erdoğan para a libertação do pastor.
“A USCIRF exige que o presidente Trump e outros na administração redobrem seus esforços contínuos para garantir a liberdade do pastor Brunson. Não devemos deixar nenhuma pedra sobre nossos esforços em nome desse americano injustamente acusado. Reivindicamos sua libertação imediata e, se isso não acontecer, a administração e o Congresso imporão sanções direcionadas contra os envolvidos neste erro de justiça”, disse a organização em nota.