Uma acusação de omissão diante de um suposto caso de abuso sexual contra crianças levou um pastor presbiteriano a renunciar ao cargo e sua ordenação para o ministério foi revogada.
Jared Olivetti, agora um ex-pastor da Igreja Presbiteriana Reformada na América do Norte, renunciou após ser acusado de não lidar corretamente diante de acusações de que um membro de sua família, menor de idade, teria abusado sexualmente de várias crianças em sua congregação.
A renúncia ocorreu em janeiro, e na última semana a ordenação ao ministério foi oficialmente revogada pela denominação. Olivetti havia sido pastor da Igreja Immanuel, em West Lafayette, Indiana (EUA), foi acompanhado na renúncia por três anciões da congregação.
De acordo com informações do portal The Christian Post, o ex pastor presbiteriano também perdeu os “privilégios de membro da Igreja”, o que na prática significa que Olivetti não pode servir como presbítero ou participar da ceia.
Uma notificação enviada aos Presbitérios da Igreja Presbiteriana Reformada da América do Norte afirmou que Olivetti não compareceu ao julgamento ou à leitura do veredicto, pois os funcionários proferiram a decisão unânime do órgão nacional da denominação.
Em dezembro, um jornal da cidade publicou reportagem que, na prática, acusava Olivetti de proteger um parente adolescente de uma investigação sobre alegações de abuso sexual de até 15 crianças dentro e fora da propriedade da igreja entre os anos de 2019 e 2020.
Pelo menos oito vítimas de várias famílias pertenciam à congregação. As oito vítimas relataram ter sido tocadas por cima e por baixo da roupa, sofrerem contato oral-genital e penetração cometida pelo menino na igreja.
Uma ordem do Tribunal Juvenil do condado de Tippecanoe afirma que o menino foi considerado delinquente por várias acusações criminais de abuso sexual infantil. Ele foi encaminhado para um centro de detenção juvenil residencial.
Obstrução
Relatos de que o então pastor presbiteriano teria interferido na resposta da igreja às acusações levaram tanto o sínodo quanto o órgão regional a investigar as alegações de abuso sexual na Igreja Immanuel.
Uma comissão judicial do Sínodo considerou o pastor culpado por não se comportar “de uma maneira que estava acima de reprovação […] resultando em desconfiança e desunião dentro da igreja”, disse a reportagem do jornal local.
Ele também foi considerado culpado de “desonra em nome de Jesus Cristo, da Igreja Presbiteriana Reformada da América do Norte, da Igreja Presbiteriana Reformada Immanuel e de si mesmo”.
A Igreja Presbiteriana Reformada na América do Norte observou, em uma carta pública, que a suspensão não indicava tecnicamente a culpa do ex-pastor, mas um reconhecimento da “gravidade das acusações contra o Sr. Olivetti”.
Ken de Jong, moderador provisório da Igreja Immanuel, disse à congregação em janeiro que as renúncias vieram “com muita relutância”, acrescentando que foram feitas “especificamente para incentivar o crescimento e o desenvolvimento desta congregação”.