O socialista Henrique Vieira, filiado ao PSOL e pastor de uma igreja em Niterói (RJ), voltou a falar sobre sua rejeição à onipotência de Deus por considerar que a frase “Deus acima de tudo”, amplamente usada pelo presidente Jair Bolsonaro, representa um desejo de domínio.
“‘Deus acima de tudo’. Eu tenho medo dessa afirmação, especialmente dependendo de quem fala, porque na verdade, ela revela uma vontade de poder, de domínio, de imposição. Uma determinada visão de Deus se impondo ao conjunto da sociedade”, afirmou o militante de esquerda.
Essa mesma argumentação já havia sido usada por Henrique Vieira em uma entrevista à Carta Capital em setembro de 2020, quando disse que “teologia não é o estudo de Deus, é o estudo da nossa narrativa sobre Deus”.
Agora, em um vídeo publicado na última segunda-feira, 12 de abril, Vieira afirma que “é muito perigoso quando alguém reivindica para si o monopólio sobre quem é Deus”, e em seguida cai em contradição, ao dizer que a única definição possível é “Deus no meio de tudo”, como uma espécie de extensão da ideologia que defende.
“A expressão que aparece no evangelho é Deus Emanuel, que significa ‘Deus conosco’, ao invés de pensar Deus lá em cima, como uma espécie de general do universo, delegado dos comportamentos, policial dos corpos… Não! A ideia que aparece no Evangelho é do Deus que está perto, Deus que está ao lado, do Deus que caminha com a gente, do Deus que está no meio da gente”, acrescentou Vieira, denotando a defesa do liberalismo teológico.
De forma aparentemente intencional, o pastor socialista omitiu a profecia de Isaías 9:6 que se refere a Deus como “todo poderoso” e “Pai eterno”, o que bastaria para contrapor essa compreensão de que Deus não comanda o universo e não está acima de tudo.