O pastor Wilson Fauber, que também é corretor imobiliário há décadas, foi considerado culpado por um painel de ética da Associação Nacional de Corretores de Imóveis (NAR) devido a postagens em redes sociais que citavam versículos bíblicos sobre casamento e sexualidade.
A decisão baseia-se no Código de Ética da NAR, que proíbe “discurso de assédio, discurso de ódio, epítetos ou calúnias” relacionados a fatores como raça, religião, sexo, orientação sexual ou identidade de gênero.
O caso e os posts
As publicações em questão foram feitas anos antes da adoção da regra pela NAR, em 2020, segundo os advogados de Fauber.
Durante sua campanha ao Conselho Municipal de Staunton, em 2023, opositores revelaram postagens antigas de Fauber, incluindo uma de 2015 na qual ele expressava posições cristãs sobre casamento em resposta à análise da Suprema Corte dos EUA sobre o casamento entre pessoas do mesmo sexo. Entre os conteúdos compartilhados estavam pensamentos do pastor Franklin Graham.
Duas queixas formais foram apresentadas contra Fauber por outros corretores de imóveis, que alegaram violação do Padrão de Prática 10-5 da NAR. O painel da Associação de Corretores da Virgínia (VAR) concluiu que as opiniões expressas violavam as diretrizes éticas da NAR.
Em comunicado, Fauber afirmou que, em seus 44 anos de carreira, sempre tratou todas as pessoas com respeito. Ele expressou preocupação sobre o impacto dessa decisão em outros corretores de imóveis religiosos, dizendo que muitos agora vivem com medo de perder seus meios de subsistência por expressar sua fé.
Michael Sylvester, advogado de Fauber, classificou a decisão como decepcionante e declarou que estão considerando todas as opções legais. Sylvester destacou que a aplicação da regra da NAR está sendo usada para silenciar corretores cristãos que acreditam na Bíblia.
Victoria Cobb, presidente da The Family Foundation, considerou a decisão um ato de “intolerância anticristã” e alertou sobre os efeitos negativos no discurso religioso de milhões de corretores nos EUA.
Política
O Padrão de Prática 10-5 da NAR proíbe qualquer discurso que possa ser interpretado como discurso de ódio ou assédio. No entanto, Fauber e seus defensores argumentam que as postagens eram parte de seu ministério pessoal e foram feitas fora do contexto profissional.
O pastor criticou a política da NAR, afirmando que ela vai além do ambiente de trabalho e interfere na vida privada dos corretores.
O caso ocorre em um contexto de maior atenção da NAR à inclusão e à diversidade. Eventos recentes, como o simpósio “Inclusão e Celebração”, que incluiu apresentações de drag queens e debates sobre habitação justa, refletem os esforços da associação em apoiar a comunidade LGBT.
Ainda não está claro se a NAR considera publicações baseadas em escrituras religiosas como discurso de ódio. O caso de Fauber levanta questões sobre os limites entre liberdade religiosa e regras éticas no setor imobiliário, segundo o The Christian Post.