Sempre que chega o Natal, a figura comercial do Papai Noel desperta preocupações em pais cristãos sobre como explicar a origem da figura simpática que, na mídia, concorre em atenção com o verdadeiro sentido da festa, o nascimento de Jesus.
Diante disso, o pastor e escritor Albert Mohler compartilhou sua percepção sobre o tema e destacou que sua postura mudou ao longo dos anos após a experiência de ser pai e avô. Ele sugeriu que a figura do Papai Noel seja associada à do bispo Nicolau de Mira, que passou a ser venerado na Igreja Católica como “São Nicolau”.
O foco, disse o pastor, é que a figura que aparece em comerciais de TV e internet seja associada a uma figura real, um cristão que era gentil e gostava de presentear crianças no século IV, e que hoje é retratado como o Papai Noel.
“Minha sugestão é que quando seus filhos perguntarem sobre o Papai Noel […] não fale dele como uma figura imaginária. Fale do Papai Noel como remontando à história de São Nicolau no final do terceiro e início do quarto século”, introduziu Albert Mohler, durante seu podcast The Briefing, em resposta a uma pergunta enviada por um ouvinte.
“Foi ele e a lenda que deu presentes às crianças que passaram ao longo da história e se transformaram, foram comercializados, tem sido consumido”, acrescentou.
Albert Mohler, que é presidente do Seminário Teológico Batista do Sul, nos EUA, afirmou que é preciso resgatar fatos históricos que hoje são omitidos: “Papai Noel é agora uma figura importante. Mas a realidade é que há algo que você pode dizer a uma criança, que é: ‘Sabe, houve um cristão primitivo que viveu há muito tempo que era muito gentil com as crianças e deu presentes’”.
De acordo com informações do portal Christian Headlines, Nicolau era o bispo de Mira, uma área da Ásia Menor, atual Turquia, e era conhecido por ajudar os doentes e pobres. De acordo com uma lenda, ele salvou três meninas da escravidão dando-lhes sacos de dinheiro.
“Você não precisa dizer que Papai Noel nunca existiu. Você apenas tem que dizer: nossa atenção no Natal não está voltada para nenhum ser humano em particular. E, a propósito, tudo isso sobre andar de trenó e renas e descer chaminés – tudo isso é apenas uma história. Mas acreditamos na verdadeira história de Jesus Cristo: o Natal é sobre o bebê nascido na manjedoura de Belém, e isso é algo que aconteceu, não apenas como uma história, mas é verdade”, contextualizou.
As experiências ao longo dos anos, disse o zeloso Albert Mohler, o levaram a mudar sua forma de lidar com o assunto. Depois que se tornou pai e, agora, avô, ele acredita que a melhor abordagem é a que aproveita a circunstância para transmitir valores:
“Eu acho que pode não ser muito útil apenas dizer que Papai Noel não é real e Jesus é real – porque você realmente precisa começar a apoiar isso com alguns argumentos e falar sobre as consequências de Jesus ser real ou não, ou de Papai Noel ser real. A questão é que precisamos falar de Jesus sempre como real, eternamente real, encarnado em Belém, nosso verdadeiro Salvador e Senhor. E quando se trata de qualquer número de figuras, nós as colocamos em seus lugares simplesmente dizendo: ‘O mundo está muito obcecado pelo Papai Noel, e o mundo construiu todos os tipos de histórias sobre ele que, francamente, nem são verdadeiras’”, explicou.
Como sua “compreensão deste [assunto] mudou um pouco” nos últimos anos, ao final Mohler resgatou o foco da Grande Comissão: “Não precisamos sair por aí falando sobre o quanto não acreditamos em Papai Noel. Andamos por aí falando sobre o quanto acreditamos em Jesus”.