Considerado um dos temas mais espinhosos da teologia atual, a ordenação feminina ao ministério pastoral foi o tema de um artigo publicado pela conselheira Renata Gandolfo, onde relatou como a exposição bíblica sobre o assunto fez com que uma pastora renunciasse ao cargo.
Atuante no Editorial Online do Ministério Fiel, Gandolfo disse que foi procurada por uma jovem pastora, encaminhada por um dos seus contatos, a qual estava preocupada por desconfiar que a sua ordenação pastoral carecia de fundamento bíblico.
“Eu não a conhecia pessoalmente, nem tão pouco a sua denominação”, diz a autora. “Em nossa primeira conversa, por vídeo conferência, ela revelou o peso de seu coração e disse que pensava não ser bíblico sua ordenação como pastora.”
“Muitos encontros depois ela renunciou a seu encargo de pastora e algum tempo depois ela saiu da igreja em que havia sido ordenada, entendendo que aquele não era um papel que ela deveria exercer conforme o ensino da Palavra de Deus”, completou Gandolfo.
Papéis diferentes
Renata Gandolfo prosseguiu em seu artigo, passando a explicar que a ordenação feminina ao ministério pastoral é um grave erro por parte de muitas igrejas na atualidade, sendo algo que traz confusão para a família e também os ministérios.
“A maioria das novas convertidas iniciam sua vida cristã sem ensino apropriado, ou são submetidas ao ensino de falsos mestres”, explica a autora, lembrando que o verdadeiro ensino deve ser fiel ao que a Bíblia demonstra a respeito do homem e da mulher.
Citando teólogos como Wayne Gruden e o pastor John Piper, Gandolfo argumenta que Deus idealizou papéis diferentes para o homem e a mulher, mas que isso não deve ser encarado como uma questão de valia, e sim de complementaridade.
Segundo a autora, o complementarismo contrapõe os termos “igualitarista” ou “feminista evangélico”, que contrariam o ensino bíblico. “O sacerdote no Antigo Testamento era consagrado e ungido para ser o líder espiritual”, diz ela.
“No AT não encontramos nenhuma mulher exercendo o sacerdócio, sinal claro de que no mundo hebraico as mulheres não tinham papel de liderança espiritual na nação de Israel. Porém, no AT há mulheres que desempenharam liderança civil, como Débora, a juíza. Ou seja, mulheres não tinham autoridade para liderar espiritualmente, no entanto, poderiam exercer cargos civis de liderança em casos excepcionais.”
Gandolfo diz que no Novo Testamento também não há citações à liderança espiritual feminina. Pelo contrário, o texto bíblico é claro ao fazer referência apenas a “pastores, apóstolos, presbítero e diáconos”, destacando ainda “várias recomendações para as mulheres ficarem debaixo da liderança espiritual masculina.”
Ordenamento
Citando a passagem de Coríntios 11.3, 8-9, 11-12, Renata Gandolfo explica que o Apóstolo Paulo demonstra um claro ordenamento no texto, de forma que ele reflete o modo como Deus enxerga e deseja que seja a relação entre os homens e as mulheres na família e na igreja.
“Cristo o cabeça de todo homem, e o homem, o cabeça da mulher, e Deus, o cabeça de Cristo”, diz um trecho da passagem. “Podemos ver uma ordem na submissão”, ressalta autora. “Perceba que mesmo Cristo é submisso a Deus, o que nos indica que não há desabono a mulher ser submissa ao homem. Paulo vê na ordem da criação (Gn 2.7, 22) um exemplo da liderança do homem em relação à mulher.”
Gandolfo também citou a passagem de 1 Timóteo 2.11-14, em que Paulo se refere ao silêncio das mulheres na igreja. Ela explica que esse texto diz respeito ao “ensino autoritativo e o papel de governança” delegado apenas homens. Isto é, não se trata de poder ou não falar, como alguns erroneamente interpretam, mas de não exercer autoridade espiritual.
A autora, porém, frisa que a autoridade masculina sobre o seu lar e na igreja não significa autoritarismo, nem superioridade em termos de valor, já que ambos, homem e mulher, foram feitos à imagem e semelhança de Deus.
A conselheira lamenta que muitos homens, cientes da sua posição, agem de maneira errada com suas esposas, sendo autoritários, assim como algumas esposas agem errado com seus maridos, se “rebelando” contra eles.
Atuação das mulheres
Renata Gandolfo conclui dizendo que as mulheres podem atuar na igreja de muitas maneiras, inclusive pelo ensino, especialmente quando voltado para outras mulheres. “Elas podem ensinar, como lemos em Tito 2.3-5”, diz a autora.
“Muitas são as mulheres que servem à igreja local com o dom do ensino, e isso feito de acordo com a aprovação da liderança espiritual da igreja local. Mulheres exercem o aconselhamento junto à outras mulheres, praticando o ministério particular da Palavra, auxiliando pastores em conselhos que algumas vezes são impedidos de realizar por serem temas muito femininos e íntimos”, continua.
Gandolfo, por fim, apresenta ainda outros argumentos, com referências bíblicas, para sustentar a defesa de que o ordenamento de mulheres ao ministério pastoral não possui fundamento bíblico.
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