A ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves, está determinada em tornar o combate ao abuso sexual uma das maiores prioridades do governo, em especial os crimes cometidos por líderes religiosos, pessoas que segundo ela fingem ser pastores, padres e sacerdotes de outras religiões.
Damares esteve reunida em 21 do mês passado com procuradores que investigam a série de denúncias de abuso sexual envolvendo o médium João de Deus, onde prometeu apresentar um projeto de lei que visa agravar a pena para crimes dessa natureza, cometidos por líderes religiosos.
“Vamos apresentar nos próximos dias uma proposta em regime de urgência. São muitas ocorrências que envolvem líderes religiosos, estamos vendo que não fica restrito a religião. Tem pedófilos fingindo que são pastores, padres, líderes religiosos”, disse ela no encontro.
Segundo informações do G1, Damares citou o caso João de Deus como exemplo, cobrando uma reação mais enérgica da sociedade e das autoridades contra o abuso sexual de mulheres e crianças.
“Mulheres, vamos começar a denunciar. Chega de abuso nessa nação, está na hora de dar um basta”, disse a ministra, lembrando que nas centenas de denúncias contra João de Deus também há casos de abuso infantil.
“Eu me identifico com todas as meninas que foram agredidas por ele, independente da idade. Sei o que cada uma passou. Fui abusada há quase 50 anos. Quantas Damares, quantas mulheres precisam ser abusadas para dar um basta?”, questiona.
Por fim, Damares pede condições diferenciadas para a coleta de dados envolvendo denúncias de abuso sexual, explicando que quando se trata de crianças, muitas ficam assustadas devido ao ambiente onde é feita essa coleta, sendo necessário adaptar o espaço ao mundo infantil.
“Temos casos arquivados por falta de perícia. A criança tem de entrar numa sala que do lado tem cadáver, corpo ensanguentando. Defendo uma sala especial no IML com bichinhos, desenhos, para que a criança não tenha medo de ir ao IML”, disse ela.