O pastor Marco Feliciano (PSC-SP) tem se mantido em silêncio sobre as acusações feitas contra ele pela estudante Patrícia Lélis, e dessa forma, se avolumam as perguntas que ele precisa responder sobre o caso.
No caso do Boletim de Ocorrência (B. O.) registrado por Patrícia Lélis em São Paulo, a estudante brasiliense se complicou, e será indiciada por falsa comunicação de crime e extorsão. O chefe de gabinete de Feliciano, Talma Bauer, investigador aposentado, poderá ser indiciado por favorecimento pessoal, de acordo com o delegado Luiz Roberto Hellmeister.
No entanto, existem pontos a serem esclarecidos pelo pastor, que poderá se tornar alvo de uma investigação da Delegacia da Mulher e da Polícia Federal, caso o Supremo Tribunal Federal acolha a denúncia feita contra ele pela Procuradoria Geral da República.
No vídeo gravado no último sábado, 06 de agosto, Feliciano diz que ficou em silêncio até aquele momento porque não havia registro de B. O. e que não sabia dos passos de Talma Bauer, uma vez que estava com sua família, a 500 km de São Paulo.
Neste mesmo vídeo, Feliciano diz que quer ver Patrícia Lélis responder por falsa comunicação de crime, o que poderá acontecer em relação à acusação de coação e cárcere privado, e talvez venha a acontecer se o pastor responder as dúvidas que restam sobre sua conduta. Confira:
1 – É compreensível, do ponto de vista cristão, que Feliciano diga que perdoa Patrícia Lélis. No entanto, se ela atentou contra sua honra, porque não processá-la, uma vez que o próprio pastor disse esperar que ela arque com as consequências?
2 – Teria Talma Bauer negociado o silêncio de Patrícia Lélis, por R$ 50 mil, sem a anuência de Marco Feliciano? A primeira conversa com a estudante, no café de Brasília, teria acontecido sob orientação do pastor?
3 – No vídeo publicado por Feliciano ao lado da esposa, rebatendo as acusações de Patrícia Lélis, o pastor afirma que não sabia da localização exata de Bauer. Porém, um vídeo gravado às escondidas pelo jornalista Emerson Biazon, à porta do hotel San Raphael, mostra que Feliciano ligou para o celular de Bauer e pediu para falar com ela. Em contato com o jornalista Leandro Mazzini, Patrícia disse que na conversa, Feliciano teria dito a seguinte frase: “Oi, tudo bem com você? Grava o vídeo direitinho, tá bom? Me ajuda porque tenho família”.
Porque o pastor negou que soubesse dos passos de Bauer, se ele conversou com o assessor e a própria Patrícia Lélis?
4 – No dia 15 de junho, foram realizadas três sessões na Câmara dos Deputados, e em todas o pastor marcou presença. De acordo com os registros da Casa em seu site, as sessões levaram praticamente o dia todo. Porque Feliciano não veio a público até agora incentivar o uso das imagens das câmeras de segurança do prédio onde fica seu apartamento funcional?
5 – Se esses vídeos mostrarem que Patrícia Lélis foi ao prédio de Feliciano pela manhã, antes de o pastor ir trabalhar, quem seria a mulher que bateu à porta do apartamento depois que a estudante, supostamente, estava aos gritos? Embora a presença de Patrícia Lélis não prove a agressão, abuso sexual e/ou estupro, porque Feliciano se mantém em silêncio em relação a esses detalhes?