As eleições no Brasil ocorrem a cada dois anos, e nesse período, é comum ver políticos buscando apoio de pastores, e também, líderes evangélicos que se valem de sua influência com os fiéis para conseguir vantagens para si ou para a denominação que lideram. Uma pesquisa recente pode ser um ponto de partida para que esse cenário seja modificado.
O instituto LifeWay Research realizou uma pesquisa para colher a opinião dos cristãos a respeito da presença de campanhas políticas dentro das igrejas, e 79% dos entrevistados afirmou considerar a prática inapropriada.
O levantamento, realizado sob encomenda do portal Baptist Press, mostrou que a ampla maioria dos fiéis discorda do gesto de pastores que pedem votos para candidatos dentro das igrejas.
Para 30% dos entrevistados, as igrejas – em geral – não devem apoiar candidatos. No entanto, a visão dos cristãos a respeito do assunto não é extremista, pois a maioria dos entrevistados não acham que seja necessário punir um pastor ou líder que peça voto para políticos.
Essa é uma demonstração de que os fiéis esperam de seus líderes uma postura correta e ética por princípios, e não para evitar sanções. O diretor da LifeWay Research, Scott McConnell, detalha esse pensamento: “Os cristãos americanos acreditam que política deve ser discutida fora da igreja. Eles não querem pastores trazendo seus argumentos políticos no culto”, afirmou.
O contexto da pesquisa nos Estados Unidos é muito semelhante ao brasileiro no momento, afinal, o país da América do Norte vive uma campanha eleitoral presidencial.
No Brasil, o Ministério Público vem destacando que a legislação eleitoral proíbe terminantemente que os candidatos peçam votos em templos religiosos ou que lideranças o façam.