A religião é uma realidade presente na vida das pessoas desde os primórdios da civilização, e não por acaso. Além do fator espiritual, o qual cada segmento religioso procura interpretar, existe também os elementos sociais e psicológicos associados ao exercício da fé, influenciando questões como à prevenção aos suicídio.
Muitas pessoas já tem consciência de que a religião é um importante fator de proteção contra o suicídio, apesar de muito combatida nos dias atuais, especialmente o cristianismo e judaísmo, berços da cultura ocidental, por movimentos progressistas.
Agora, estudos científicos comprovam essa realidade, como por exemplo o que foi realizado na Universidade de Michigan e publicado no The Journal of Health and Social Behavior.
Segundo a pesquisa, países com culturas mais religiosas possuem menores índices de suicídio. A lógica se aplica aos fiéis. Quanto mais envolvidos com a fé, menor é o risco de ideação suicida entre os seguidores, informou a Gazeta do Povo.
Os pesquisadores acreditam que isto se deve ao desencorajamento sobre o ato de suicídio, por conta dos ensinos doutrinários sobre a vida após à morte e suas consequências. O sentido de vida, provavelmente, é outro fator determinante.
A pesquisa apontou que pessoas que não possuem fé alguma são mais propensas ao suicídio, enquanto que as religiosas, tendo um sentido na vida fundamentado numa certeza de vida após a morte, são menos propensas à tirarem a própria vida.
Em outro estudo publicado no ano passado, pelo jornal da Associação Médica Americana de Psiquiatria, também foi identificado resultados semelhantes. Segundo o estudo, filhos de pais religiosos são menos propensos a cometer suicídio.
“Pesquisas anteriores examinaram uma série de fatores de risco para o suicídio de crianças e adolescentes, mas um que recebeu pouca atenção é religioso/crença espiritual”, diz um trecho do estudo, destacando que “isso é surpreendente, uma vez que as crenças e práticas religiosas têm sido associadas a taxas mais baixas de suicídio”.
Em um artigo intitulado “Suicídio: uma tragédia silenciada pelo tabu“, a psicóloga Marisa Lobo, especialista em saúde mental e palestrante sobre o tema, também confirma a importância da fé como fator de prevenção.
“Incentivar a fé, a convivência com pessoas emocionalmente saudáveis e grupos de ajuda mútua, apresentação de exemplos e reportagens apropriadas sobre casos de suicídio, com mensagem de otimismo, ajudam muito”, escreveu a psicóloga.