Seguindo o senso comum, muitas pessoas acreditam que as pessoas religiosas são mais “boazinhas” do que aquelas que não seguem uma religião. Porém, um estudo recente aponta que essa suposta moral mais elevada por parte dos religiosos é na verdade um mito.
Um estudo publicado na Science Magazine aponta que a religião parece não ser o caminho para, necessariamente, transformar alguém em um ser humano mais caridoso. O estudo, que analisou o comportamento de um grupo de 1200 adultos concluiu que as pessoas religiosas praticam tantas boas ações quanto qualquer outra pessoa.
O estudo foi realizado pelos pesquisadores Wilhelm Hofmann, do departamento de psicologia da Universidade de Colônia, da Alemanha, Mark J. Brandt do departamento de psicologia social da Universidade de Tilburg, da Holanda e Linda J. Skitka e Daniel C. Wisneski, do departamento de psicologia da Universidade de Illinois, dos Estados Unidos.
Durante os estudos, os 1200 voluntários, de diferentes visões políticas e religiosass tiveram que relatar diariamente todas as ações boas e ruins que haviam praticado ou testemunhado no dia. Ao fim da pesquisa foi concluído que cada pessoa passa em média por uma experiência do tipo por dia, e que a religião ou visão política dessa pessoa não exerce nenhuma influência sobre o resultado.
Além de mostrar que as pessoas religiosas não praticam um número maior de boas ações que os não religiosos, o estudo mostrou outros dois resultados entre os religiosos: o primeiro é que esses se mostravam mais culpados ou chateados quando não praticavam nenhuma boa ação, mas que nem mesmo essa culpa fazia com que praticassem mais boas ações. O segundo ponto observado é que, em geral, os religiosos se sentiam mais orgulhosos que os demais ao fazer o bem para outras pessoas.