Dois integrantes da bancada evangélica na Câmara dos Deputados tiveram seus nomes mencionados na lista de políticos que deverão ser investigados por envolvimento com a corrupção na Petrobrás.
A divulgação da lista, na última sexta-feira, 06 de março, confirmou as suspeitas de que Eduardo Cunha (PMDB-RJ), presidente da Câmara dos Deputados, estaria entre os investigados.
No entanto, o missionário José Olímpio (PP-SP), ligado à Igreja Mundial do Poder de Deus, também foi mencionado entre os parlamentares que serão investigados e posteriormente julgados pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, afirmou que não se fará distinção de partidos políticos no momento da investigação e também nos julgamentos do Petrolão: “Vamos trabalhar com tranquilidade, com equilíbrio. Quem tiver de pagar vai pagar”, afirmou.
A expectativa é que o processo seja longo, pois os nomes listados para investigação até agora fazem parte das primeiras fases da Operação Lava-Jato, que continua em andamento, e poderá revelar novos envolvidos.
“Nós vamos apurar. Isso é um processo longo. Nós estamos começando agora. A investigação começa e nós vamos até o final dessa investigação”, acrescentou Janot.
O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), também entre os investigados, afirmou que houve uma movimentação do governo para incluir os principais nomes da oposição entre os envolvidos, como o senador Aécio Neves (PSDB-MG). O ex-candidato a presidente não está entre os investigados.
“O jogo do governo era: ‘Quanto mais gente tiver [na lista], melhor, desde que tenha o Aécio’. Essa era a lógica do Planalto […]Ela só soube que o Aécio estava fora na noite da terça-feira, quando o Janot entregou os nomes para o Supremo. Ficou p… da vida. Aí a lógica foi clara: vazar que estavam na lista Renan e Eduardo Cunha. Por quê? Porque querem sempre jogar o problema para o outro lado da rua. Foi algo dirigido. O ‘Jornal Nacional’ dizendo, veja só, que ‘o Planalto confirma que Renan e Eduardo Cunha estavam na lista’. Veja se tem cabimento? Havia ali uma dezena de nomes, mas o Planalto deliberadamente direcionou a cobertura da mídia para dois nomes. Dois nomes que retiravam o governo momentaneamente dos holofotes”, acusou Calheiros, dizendo-se vítima de perseguição, segundo informações do Uol.