Um culto em ação de graças por ocasião do Natal foi realizado no Palácio do Planalto, com presença do presidente da República, primeira-dama, pastores e parlamentares da bancada evangélica. Na ocasião, Bolsonaro declarou publicamente “aceitar a Jesus”.
Junto a diversos ministros e demais convidados, o presidente fez um breve discurso, em que lembrou do atentado sofrido no dia 06 de setembro de 2018, em Juiz de Fora (MG), durante a campanha eleitoral. Na ocasião, o então deputado federal já liderava as pesquisas de intenção de votos.
“No momento mais difícil da minha vida, eu só pedia que Deus não deixasse órfã a minha filha de sete anos. O resto… Com amigos, com brasileiros de verdade, e com Deus no coração, nós superaremos os obstáculos”, relembrou o presidente, referindo-se à filha Laura, fruto de sua união com Michelle Bolsonaro, que é evangélica.
“A todos vocês neste momento, é motivo de honra, de orgulho e de satisfação vê-los juntamente comigo, publicamente, aceitando a Jesus nesta casa que estava carente da Sua Palavra. O Brasil mudou. Temos um governo, um presidente que é leal a seu povo, que reconhece os seus militares, e que acredita em Deus”, disse Jair Bolsonaro, surpreendendo a plateia, que o aplaudiu efusivamente.
O mandatário mantém uma relação de proximidade com muitos líderes evangélicos do Brasil, como por exemplo, o pastor Marco Feliciano (PODE-SP) — um dos líderes do governo na Câmara dos Deputados -, o pastor Silas Malafaia, o pastor Josué Valandro Jr., que lidera a igreja frequentada pela primeira-dama, entre outros.
Analistas políticos apontam que o eleitorado evangélico foi o fiel da balança na eleição de Bolsonaro, e agora, com a tentativa de fundar um novo partido, Aliança pelo Brasil, o movimento de intensificação dessa relação de proximidade com esse segmento é natural. O gesto de “aceitar a Jesus” deverá, em breve, ser apontado por críticos do governo como um gesto político.
Líderes como o bispo Robson Rodovalho, da igreja Sara Nossa Terra, e o pastor Silas Câmara (Republicanos-AM), presidente da Frente Parlamentar Evangélica, já se comprometeram a ajudar Bolsonaro a conquistar as 491 mil assinaturas de eleitores que são necessárias para que o partido seja reconhecido pela Justiça Eleitoral.
Ainda em seu discurso para os mais de 800 presentes no culto de ação de graças, Bolsonaro afirmou que o país está nas mãos de Deus: “Posso ser o homem mais importante da República, mas o homem do Brasil é Deus. Faço um pedido, que eu entregue ao meu sucessor um País bem melhor do que eu peguei no corrente ano”.
Testemunharam, também, o gesto de “aceitar a Jesus” publicamente a ministra Damares Alves, o pastor Mário de Oliveira, da Igreja Quadrangular, o bispo Renato Cardoso, representando o bispo Edir Macedo, da Igreja Universal do Reino de Deus, e o pastor Samuel Câmara, presidente da Convenção das Assembleias de Deus no Brasil.
Confira o vídeo com a declaração do presidente durante o culto: