Foram longos 11 anos de prisão, até que finalmente os sete cristãos que foram condenados à prisão perpétua pudessem ser libertados da cadeia, na Índia. Todos foram acusados injustamente pelo assassinato de um líder hindu chamado Swami Laxmanananda Saraswati em 23 de agosto de 2008.
Buddhadev Nayak, Bhaskar Sunamajhi, Durjo Sunamajhi, Sanatan Badamajhi e Munda Badamajhi, além de Gornath Chalanseth e Bijaya Sanaseth, foram presos em dezembro de 2008 e formalmente condenados pela justiça da Índia à prisão perpétua em 2013.
Dos sete cristãos, seis são analfabetos e um é deficiente mental. Eles foram pegos como bode expiatório pelo assassinato de Swami, acusados com base em uma teoria da conspiração cristã fabricada sem praticamente nenhuma evidência credível.
Em 2015, dois policiais que haviam atuado como testemunhas no processo confessaram que às acusações contra os cristãos eram falsas. Na época do crime contra Swami, no estado de Odisha (anteriormente Orissa), uma revolta popular resultou na morte de quase 100 cristãos, além de 300 igrejas e 6.000 casas cristãs saqueadas.
Segundo informações de uma campanha criada em 2016 em defesa dos cristãos presos, chamada “Release 7 Innocents“, a morte do líder hindu foi provocada para atingir a comunidade cristã de Odisha.
“O livro investigativo ‘Quem matou Swami Laxmanananda?’ expõe com evidências documentais de que a propaganda da conspiração cristã era uma fraude e que o assassinato foi planejado no mais alto nível e executado por assassinos contratados na noite do festival hindu de Janmashtami, para atingir os cristãos em busca de ganhos políticos”, diz a campanha.
A libertação dos cristãos, ainda que sob fiança, foi comemorada por todos que ao longo dos anos defenderam a inocência deles, como o jornalista Anto Akkara, autor do livro ‘Quem matou Swami Laxmanananda?’.
“Esta é uma grande vitória da verdade e da justiça para Kandhamal”, disse ele, segundo o Morning Star News. “Eu estou emocionado”, completou. O Rev. Vijayesh Lal, secretário-geral da Irmandade Evangélica da Índia (EFI), destacou a importância das organizações humanitárias que atuaram em defesa dos sete cristãos presos, assim como do jornalista Akkara.
“É como um presente de Natal para eles”, disse ele. “Somos muito gratos à Rede de Direitos Humanos, à Arquidiocese de Bhubaneswar Cuttack, a John Dayal [do Fórum Cristão Unido], ao ADF [grupo de defesa jurídica Alliance Defending Freedom] e a todos que contribuíram para garantir esse primeiro passo para sua liberdade”, comentou.
“Menção especial deve ser feita ao jornalista Anto Akkara, que continuou a conscientizar sobre esse caso”. A advogada que defende os cristãos, Anupradha Singh, também comemorou a libertação, mas lembrou que eles saíram sob fiança e que o processo ainda corre na Justiça da Índia.
“Este é um pequeno sucesso, porque o caso ainda está pendente no Supremo Tribunal. Lutaremos diligentemente com o assunto no Supremo Tribunal”, disse ela.