O cerco de investigação sobre o pastor Marcos Pereira se expandiu sobre a Assembleia de Deus dos Últimos Dias (ADUD), e agora a Polícia Civil investiga as atividades da denominação na internet.
Há a suspeita de que a ADUD esteja oferecendo recompensa a internautas em troca de visualizações em suas páginas nas redes sociais. “Vamos analisar os perfis da igreja nas redes para saber se há alguma irregularidade. Entretanto, para que haja crime, é preciso que a vítima, no caso a rede social atingida, compareça à delegacia”, diz o delegado Gilson Perdigão, titular da Delegacia de Repressão a Crimes de Informática.
O canal da ADUD no Youtube possui diversos vídeos que falam sobre a liturgia da igreja, cultos e também os depoimentos de pessoas ligadas ao caso do pastor Marcos Pereira, acusado de estupro.
O vídeo com mais acessos é a declaração de sua esposa, Ana Madureira Silva, que negou ter dito que havia sido estuprada pelo marido. Com mais de 800 mil visualizações, o vídeo chamou a atenção por ter alcançado boa parte dessa quantidade, 750 mil, em apenas cinco dias, o que daria uma média de 104 visualizações a cada sessenta segundos.
O advogado Marcelo Patrício, que representa o pastor e a igreja, negou a acusação de compra de visualizações e afirmou que a internet é o único meio de “driblar um boicote da polícia e da imprensa ao pastor”. Patrício disse ainda que “a internet é a única forma que temos para nos defender, de mostrar o outro lado”.
De acordo com o site SRZD, o Google, administrador do YouTube, informou que “leva a sério qualquer abuso contra nossos sistemas e toma medidas contra esses fraudadores, incluindo a exclusão de suas contas no YouTube”. Entretanto, a nota não informa se será feita denúncia caso seja constatada fraude.
A fanpage da ADUD no Facebook soma 11 mil curtidas, e a administração da rede social afirmou que “se os sistemas de fraude do Facebook detectarem que sua página tem ligação com fraudes, colocaremos limites para prevenir violações”.
Por Tiago Chagas, para o Gospel+