A perseguição religiosa aos cristãos que vivem na Argélia tem assumido proporções cada vez mais drásticas. Um episódio ocorrido no dia 16 de outubro, quando policiais invadiram uma igreja durante a realização do culto, exemplifica com precisão o cenário de intolerância que os seguidores de Cristo estão enfrentando no país de maioria islâmica.
Este caso ocorreu na Igreja Protestante do Evangelho Pleno, localizada em Tizi-Ouzou. O pastor Salah Chalah, chefe da organização que representa as igrejas protestantes na Argélia, estava na ocasião em que o templo foi invadido, onde cerca de 300 pessoas se reuniram para orar a Deus.
O culto de oração ocorreu logo após outra igreja no norte da Argélia, a igreja Source of Light, em Makouda, ter sido fechada pelas autoridades no dia anterior. Na Igreja do Evangelho Pleno, os policiais arrastaram mulheres e crianças para fora do templo. O pastor Chalah tentou protege-los, mas foi covardemente espancado pelos agentes.
“A polícia interveio para nos forçar a sair de nossa igreja – uma igreja que existe e atua legalmente abertamente desde 1996”, disse o pastor Chalah, segundo informações do Morning Star News.
“Faz 23 anos que existimos à vista de todos; por que esperar até hoje para fazer isso? Que todos saibam que fomos espancados e abusados, inclusive nossas irmãs, em nossas próprias instalações por apenas um motivo – nossa fé cristã. E porque essa é a causa de nossa dor, estamos orgulhosos disso”, disse ele.
O fechamento de igrejas na Argélia tem sido constante. O pastor Mustapha Krireche, da igreja de Tafath, também situada em Tizi-Ouzou e que foi fechada dias antes do incidente com a do Evangelho Pleno, disse que ficou surpreso com a mobilização das autoridades para fechar o templo.
“Assim que cheguei ao local, vendo que eles iriam fecha-lo, pedi à oficial, uma senhora, que me desse tempo para procurar as chaves para poder recuperar alguns itens. A oficial me disse: ‘Vou lhe dar meia hora; se você ainda não tiver voltado, entraremos em ação e fechamos tudo'”. Assim que o pastor, recolheu seus itens, o templo foi fechado em 15 minutos.
Segundo informações da organização Portas Abertas, leis islâmicas anti-blasfêmias na Argélia podem estar potencializando a perseguição aos cristãos no país. “Leis restritivas que regulam o culto a não muçulmanos, proíbem a conversão e proíbem a blasfêmia colocam os cristãos em risco extremo”, diz a entidade, pedindo orações pelos irmãos em Cristo que vivem no país:
“Ore com os pastores cujas igrejas foram fechadas, para que continuem a seguir o chamado que Deus lhes deu. Ore para que novos crentes permaneçam fortes, continuando a ser ousados, mas exigentes, em seu testemunho”.