O presidente do Partido Comunista Brasileiro (PCB), Mauro Iasi (foto), pediu o fuzilamento dos conservadores e adeptos do pensamento de direita durante uma palestra no Segundo Encontro Nacional da Central Sindical e Popular.
Iasi, que é professor universitário e militante comunista, foi candidato pelo PCB à presidência da República em 2014. Em seu discurso, afirmou que o diálogo com os conservadores não deve existir, e a relação de luta contra esse pensamento deve ser à base de “uma boa bala”.
Ao final do evento, os organizadores divulgaram um documento chamado “Caderno de Resoluções”, em que acusam as igrejas – evangélicas e Católica – de fazerem parte de um sistema opressor da classe trabalhadora: “Há uma manipulação constante dos corações e mentes do povo”, diz o documento, afirmando que isso seria resultado “do papel desempenhado pelas Igrejas, Justiça, meios de comunicação”.
Fazendo apologia a questões que vão no sentido oposto ao que os conservadores – incluindo as igrejas – pregam, o documento defende a implantação do socialismo como única solução para superar a direita: “Numa sociedade socialista, algumas lutas não serão necessárias, pois teremos garantida a liberdade sexual. No entanto, no sistema capitalista exigimos – além do reconhecimento jurídico da união civil e estável entre pessoas do mesmo sexo – o direito ao casamento, pois sabemos que sob esse sistema as garantias de herança e direito aos bens construídos conjuntamente precisam de trâmites legais”, diz o documento.
O texto faz ainda uma apologia à perseguição religiosa: “Pelo direito ao casamento entre pessoas do mesmo sexo, sem nenhum tipo de discriminação e com todos os direitos legais que derivam dessa situação! Que as Igrejas que pregam contra a homossexualidade sejam enquadradas na Lei 10948/2001 e seus pastores ou padres respondam criminalmente por LGBTfobia!”.
O documento adota um tom antissemita ao apontar que o movimento comunista pede o “fim do Estado de Israel”, que seria uma nação criada para atender aos interesses “do imperialismo norte-americano, que só tem servido ao massacre e genocídio dos povos que originariamente habitavam a região”.
A expressão de intolerância contra quem discorda do pensamento comunista, disfarçada de “defesa da classe trabalhadora”, foi criticada pelo deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ). Em sua página no Facebook, afirmou que irá abrir uma representação contra o presidente do PCB.
“Em discurso para centenas de militantes, o líder do PCB – MAURO IASI – é aplaudido ao defender fuzilamento de quem é contra o comunismo. O Partido Comunista Brasileiro, assim como o PT, foi fundador do FORO DE SÃO PAULO, em 1990. Nessa semana representarei no MP, esse professor da UFRJ, afinal o perfil daqueles que deveriam SER FUZILADOS, não por acaso, me enquadro totalmente”, escreveu.
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