O dízimo é uma prática tradicional entre os cristãos evangélicos, visto como uma doutrina ou recomendação social bíblica para o sustento e expansão missionária da igreja. Uma pesquisa recente revelou algo interessante que aponta para a passagem da “viúva pobre”, em Marcos 12: 41 a 44, onde mesmo com poucos recursos, teve a preocupação de contribuir com uma oferta voluntária.
No estudo iniciado em 2013, feito pela Associação de Educação Financeira do Brasil (AEF-Brasil) com o objetivo de fornecer dados para o Ministério da Fazenda e ao Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário, ficou constatado que a população cristã mais humilde tem a mesma preocupação da “viúva pobre”, em contribuir com o Reino de Deus a partir do que possui.
O público da pesquisa foi mulheres e homens aposentados, com renda de até dois salários mínimos e beneficiários do programa “Bolsa Família”. Envolvendo 49 municípios em 16 Estados, os pesquisadores participaram do cotidiano dessa população, entrando em suas casas e observando seus costumes de gasto financeiro.
“Tivemos um trabalho prévio e vivência de meses em várias casas de famílias pesquisadas para entender hábitos de consumo e identificar a linguagem”, disse Claudia Forte, superintendente da AEF-Brasil, em publicação no site O Povo.
O que os pesquisadores nunca haviam imaginado, foi que ao entrar nas casas dessas pessoas, pudessem observar que o dízimo estava na lista de gastos mensais do orçamento familiar. Eles constataram que para grande parte dessas famílias, o valor do dízimo é um dos compromissos mais importantes:
“A religião é a válvula de escape para muitos e o dízimo talvez seja o compromisso financeiro mais importante de algumas famílias”, disse Claudia, sem compreender a experiência de fé e vida prática implícita no ato de dizimar, motivo pelo qual pessoas humildes, mesmo com poucos recursos, são fiéis nesse compromisso como símbolo de reconhecimento da providência divina, a exemplo da “viúva pobre”.
A pesquisa constatou que os católicos também fazem suas contribuições para a Igreja Católica, porém, de forma semanal e de valor variável. Os cristãos evangélicos, todavia, apesar de adotarem a oferta como uma prática voluntária também do dia-a-dia, encaram o dízimo como um compromisso mensal assim como qualquer outro, porém, atribuído de fé e incentivo à obra de Deus.