A perseguição religiosa aos cristãos assume proporções absurdas em regiões mais isoladas do planeta, onde tradições religiosas alimentam o radicalismo de muitas pessoas e grupos que não toleram a convivência com os seguidores de Jesus Cristo.
Um exemplo claro disso resultou no apedrejamento de uma família de cristãos em uma aldeia de Myanmar, precisamente em uma típica vila birmanesa, onde o budismo é a religião predominante.
Um homem cujo nome verdadeiro não foi revelado por razões de segurança, chamado aqui de Sansão, de 60 anos, se converteu ao cristianismo, assim como os membros da sua família, filhos e netos. Todavia, ao ficarem sabendo da mudança, moradores denunciaram aos monges locais.
“Não sou contra o budismo, mas não posso mais segui-lo. Jesus morreu por nós. Ele nos deu a vida eterna. Não digo que os budistas não são boas pessoas. Eles são muito bons, mas todos somos pecadores. Precisamos aceitar Jesus Cristo”, afirmou Sansão.
Convocado para uma reunião com os líderes budistas, Sansão compareceu ao local e se deparou com pelo menos 200 pessoas e monges, segundo informações da organização Portas Abertas. No local ele foi questionado sobre a sua fé.
“O monge budista então me perguntou, com sua voz estrondosa: ‘Você realmente acredita na fé cristã? Você realmente vai acreditar em Jesus? Você não vai voltar para a nossa religião?'”, lembra o cristão. “Eu disse: ‘Não vamos negar nossa fé. Não vamos rejeitar nossa fé. Nós vamos crer em Jesus até morrer!’”
Apedrejamento
Após o fim da reunião, o cristão se retirou da reunião e foi para a sua casa, mas no outro dia viu que dois veículos deixaram centenas de pedras nas proximidades da sua residência. A princípio ele não entendeu, até que pouco antes de sair com a sua família, ouviu uma ordem para matá-los.
“Matem ele!”, disse o chefe da aldeia. “Sansão, peça ao seu Deus para te salvar agora.” Uma chuva de pedras começou a cair sobre a casa da família cristã nesse momento, enquanto todos estavam dentro.
Sansão, esposa e filhos se ajoelharam e começaram a orar a Deus, clamando por ajuda.
“Todas as nossas janelas e portas estavam abertas e estavam nos apedrejando sem parar. Minha neta se levantou e fechou as janelas. Ela foi atingida no peito e foi ferida. Ela ofegou de dor, gritando ‘Jesus me salve! Jesus me salve! E colocou a palma da mão na ferida. Bem ali, ela foi milagrosamente curada”, relatou.
“Havia tanto barulho. Eles estavam gritando ‘matem eles, matem eles’, mas ainda estávamos orando a Deus. Não paramos de orar, mesmo quando quase queimaram nossa casa”, lembra Sansão. “Eles tentaram destruir nossas três motos e duas bicicletas. Eles cobriram de gasolina e tentaram queimá-las, mas não houve fogo”.
Socorro e perdão
Uma das filhas de Sansão conseguiu pedir ajuda à polícia local e os militares chegaram ao recinto a tempo da família não ser morta. Sansão e seus parentes saíram sem ferimentos graves da ocorrência e foram levados para um abrigo da Portas Abertas.
A organização missionária agora protege da família cristã em um local escondido e estuda reconstruir a sua casa de forma segura com o auxílio do pastor local, responsável pela vida espiritual da família.
Questionado se desejaria prestar queixa contra os radicais agressores, Sansão disse que os perdoaria.
“O policial perguntou ao pastor se queríamos registrar a ocorrência ou não. Dissemos que não. Nós vamos perdoar, seremos pacientes. Depois de aceitar Jesus, eu posso amar qualquer um. Mesmo que as pessoas me odeiem, eu posso amá-las, porque Deus é amor”, disse Sansão.