Os humoristas do canal Porta dos Fundos não resistem em fazer provocações aos evangélicos, e usam sua audiência para expressar uma completa aversão à comunidade. Um dos autores que mais se dedica aos ataques é Fábio Porchat, que até pouco tempo mantinha um programa de talk show na Record TV, empresa do bispo Edir Macedo.
O ataque agora veio na esquete “Padrino”, uma referência ao líder da máfia no longa-metragem O Poderoso Chefão. Porchat interpreta “Deus”, e surge ao lado de um “Jesus” tatuado e fumante, como chefe de uma organização que extorque fiéis sempre visando uma maior arrecadação.
Durante o episódio, o personagem de Porchat dialoga com um “pastor” de nome Elias, e exige mais ofertas pois os dízimos teriam se tornado insuficientes. Dessa forma, “Deus” afirma que o pastor precisa “tirar tudo” dos fiéis, e dá demonstrações de sua determinação ao mostrar-se disposto a torturas e outras ações extremas: “Eu matei a humanidade afogada porque um dia acordei com torcicolo”, diz.
De volta à igreja, o “pastor” passa a vender produtos “ungidos” como forma de fazer a arrecadação crescer e dessa forma entregar ao personagem de Porchat o que ele demanda. A cena, estereotipada, demonstra não ter o menor pudor ao mencionar o Espírito Santo como fiador daquela prática caça-níquel.
Num segundo momento, “Deus” realiza outra reunião com um “pastor”, exigindo que ele se torne prefeito. A escolha do ator (Felipe Ruggeri) explícita a referência ao bispo Marcelo Crivella, ligado à Igreja Universal do Reino de Deus e sobrinho de Edir Macedo, antigo patrão de Porchat.
Na conversa com o “pastor” futuro prefeito, “Deus” diz a ele que “acabe com o Carnaval”. A frase é questionável até do ponto de vista de quem interpreta a esquete como uma mera crítica, pois Crivella optou por não aumentar a receita repassada às escolas de samba, mas não criou maiores dificuldades às agremiações.
Assim, “Padrino” é só mais um episódio de ataque do Porta dos Fundos à fé cristã (em especial à tradição evangélica), num mar de esquetes que debocham dessa comunidade, motivadas pelo ateísmo de dois de seus principais integrantes: Porchat e o ativista petista Gregório Duvivier.