A Cruzada Evangelística Minha Esperança, promovida pela Associação Billy Graham, está enfrentando séria oposição de líderes religiosos progressistas, ligados à Igreja Católica e também denominações evangélicas, por conta da postura conservadora do evento.
A próxima edição da cruzada será realizada entre os dias 03 e 05 de março, em Vancouver, no Canadá, e alguns dos líderes religiosos locais se opõem à escalação do pastor Franklin Graham, filho de Billy, para a preleção, por causa de sua postura intransigente no que se refere à homossexualidade e à religião islâmica.
Franklin vem liderando as cruzadas desde que seu pai – hoje com 98 anos de idade – se aposentou. Mas os canadenses veem com reservas a postura conservadora do pastor, que fez séria oposição à candidata democrata Hillary Clinton nas últimas eleições presidenciais.
De acordo com informações do Christian Today, Gregor Robertson, prefeito da cidade, reuniu líderes católicos e evangélicos progressistas para alertar sobre suas “preocupações” relacionadas à segurança com a visita de Franklin Graham à cidade, pois o pastor é contundente em suas opiniões sobre muçulmanos, gays, ateus e simpatizantes do Partido Democrata.
A ideia da Associação Evangelística Billy Graham é reunir 25 mil pessoas, com o apoio de igrejas locais. No entanto, a dissidência de alguns dos líderes das denominações da cidade pode prejudicar a organização e divulgação.
“O prefeito está preocupado com a segurança. As declarações que [o pastor Franklin] Graham faz sobre muçulmanos e gays realmente podem causar problemas”, afirmou o vereador Tim Stevenson, que foi o primeiro homossexual a ser ordenado pastor pela Igreja Unida do Canadá.
O pastor gay criou uma petição, com apoio de outros 14 líderes religiosos, para que o evento seja mantido, mas sem a presença de Franklin Graham. A ideia seria escalar outro pregador. “Os recentes comentários públicos de Franklin Graham comprometem a missão de justiça e amor de Jesus para com todos […] Por exemplo, ele disse que todos os muçulmanos deveriam ser banidos dos Estados Unidos porque o Islã é uma ‘religião muito má e perversa’ em guerra com o Ocidente cristão”, diz trecho da petição.
Outros líderes religiosos consideram Franklin Graham como “conservador extremista”, e critica sua postura quanto aos homossexuais: “Ele desumaniza a comunidade LGBT”, afirmou um dos envolvidos, expondo a influência do pensamento humanista no meio cristão.
Realmente, Franklin Graham é uma das vozes mais corajosas dentre os líderes evangélicos dos Estados Unidos. Recentemente, afirmou que as pessoas transexuais são “estranhas” e afirmou que sabia que sua definição não era politicamente correta, mas pontuou: “Jesus não era muito amoroso às vezes. Ele chamou os fariseus de víboras, serpentes e sepulcros caiados”.