A entrada de Marina Silva (PSB) na disputa pela presidência da República nas eleições deste ano foi desdenhada pela candidata à reeleição Dilma Rousseff (PT). Durante uma entrevista na última terça-feira, 19 de agosto, quando questionada sobre a ex-senadora, a presidente afirmou que não poderia “ficar preocupada com qualquer pessoa”.
A afirmação foi feita após uma visita às obras da hidrelétrica de Santo Antônio, em Rondônia. Dilma vem cumprindo a chamada “agenda casada” durante essa campanha, em que ela aproveita os compromissos oficiais de presidente para pedir votos nas mesmas cidades que visita.
“Eu vou fazer a minha campanha. Tenho muito que mostrar. Eu não posso ficar preocupada com qualquer pessoa ou com o que ela queira fazer. É direito das pessoas concorrerem. E é meu direito, agora, aproveitar esse período que vou ter e apresentar as obras que estamos fazendo”, afirmou Dilma Rousseff.
A candidata do PSB, que substitui o falecido Eduardo Campos, apareceu na pesquisa de intenção de voto feita pelo Instituto Datafolha em segundo lugar, com 21%, empatada com o tucano Aécio Neves, que somou 20%, contra 38% de Dilma.
Numa simulação de segundo turno, Marina Silva aparece com 47% das intenções de voto, contra 43% de Dilma, o que configura empate técnico no limite da margem de erro, que é de dois pontos percentuais.
Os analistas políticos afirmam que Marina atraiu para si não apenas o eleitorado de Eduardo Campos, como também parcela significativa dos eleitores que se diziam sem candidato ou que pretendiam votar em branco/nulo. Em comparação com Eduardo Campos, Marina cresceu 13 pontos, fazendo a candidatura do PSB sair de 8% nas intenções de voto, para 21%.
Marina Silva, evangélica, vem recebendo manifestações de apoio ao longo dos últimos dias. O pastor Silas Malafaia teria decidido apoiar a ex-senadora no segundo turno, caso ela chegue a essa etapa da disputa, de acordo com informações do jornalista Lauro Jardim.