“Deus vai dar discernimento, sabedoria, e ele vai mudar o Brasil”. Essas são palavras da futura primeira-dama da República, Michelle Bolsonaro, sobre o marido, eleito presidente no último domingo, 28 de outubro, para o mandato entre 01 de janeiro de 2019 a 31 de dezembro de 2022.
Michelle é descrita por todos à sua volta como discreta e atuante nos bastidores. As duas primeiras entrevistas dadas a emissoras de televisão foram concedidas na véspera do segundo turno, e após o final da apuração, com a confirmação da vitória, quando conversou com o jornalista Paulo Renato Soares, da TV Globo, numa curta declaração para o Jornal Nacional, e posteriormente, numa exclusiva a Eduardo Ribeiro, do Domingo Espetacular, da RecordTV.
Silas Malafaia, que celebrou o casamento de Bolsonaro com Michelle, e foi pastor dela enquanto era membro da Assembleia de Deus Vitória em Cristo (ADVEC), a definiu em entrevista ao G1 como “simples, recatada e que não gosta de aparecer”.
“Tem mulher que é perua, desculpe a expressão, mas ela não é assim. Tem uma beleza com simplicidade, não é espalhafatosa, nunca gostou de aparecer ou colocar a cara para fora. Nem de se exibir. Ela gosta de trabalhar nos bastidores”, acrescentou o pastor.
Uma prova de sua influência sobre o presidente eleito está na presença de um tradutor de libras nas lives feitas por Bolsonaro nas redes sociais, gesto que posteriormente foi copiado pelo adversário de segundo turno, Fernando Haddad (PT). Michelle é tradutora de libras e atua no Ministério de Surdos e Mudos da Igreja Batista Atitude, do Rio de Janeiro.
“Minha mãe ensinou que a gente não podia negar água nem comida pra ninguém. E a gente cresceu com isso. Eu tenho um tio surdo, e ele que plantou essa sementinha na minha vida. Me despertou amor pelas libras, fui estudar e aprendi sozinha, e esse amor só foi aumentando”, afirmou Michelle Bolsonaro, durante um dos programas de TV do marido no segundo turno.
Nas duas entrevistas concedidas às emissoras de TV, a primeira-dama afirmou que pretende se envolver diretamente em projetos governamentais ligados à área social. Na declaração dada à Record, reiterou que tem paixão pelo sertão, um sentimento que foi plantado por sua mãe desde a infância.
Mãe
Vinte e sete anos mais nova – Bolsonaro tem 63 anos e ela, 36 –, Michelle é descrita pelo marido como uma mulher de fé e uma “mãezona encrenca”, “linha dura” com as duas filhas: Letícia Aguiar, de 16 anos, fruto de um relacionamento anterior, e Laura, de 8 anos, do casamento com o presidente eleito.
“Ela não dá mole para as gurias. Está sempre observando o que elas fazem, acompanha tudo. Bolsonaro diz que quando ela está no comando, brigando com as filhas, ele nem se mete com medo”, corroborou Malafaia, aos risos.
A “mãezona encrenca” também dispara broncas no marido, que deixa a cozinha “bagunçada” depois de preparar o café da manhã. À Record, disse estar pensando em proibir o presidente eleito de ir à cozinha preparar refeições: “Sou eu que arrumo depois”.
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