A prisão do pastor americano Andrew Brunson está alcançando um nível de discussão diplomática nunca antes visto na história entre os Estados Unidos e a Turquia, envolvendo questões de liberdade religiosa. Após novas pressões americanas, o governo turco disse que não irá ceder e continua mantendo em prisão domiciliar o líder cristão.
Apesar de sair do regime fechado e ir para a prisão domiciliar, o pastor Andrew Brunson ainda pode pegar 35 anos de prisão e voltar para a cadeia, uma vez que o seu julgamento continua em andamento. Analistas acreditam que o aliviamento na prisão do líder evangélico pode ser temporário, apenas para amenizar a pressão norte-americana.
Brunson foi acusado falsamente de terrorismo, ficando preso por 18 meses. O Governo turco lhe acusa de colaborar com uma tentativa de golpe de Estado ocorrida em 2016, sob a liderança do pregador muçulmano Fethullah Gulen, atualmente refugiado nos Estados Unidos.
O pastor nega essas acusações e diz que está sendo vítima de perseguição religiosa. Ele e sua família vivem na Turquia há 20 anos, onde lidera uma igreja em Izmir, afiliada à Evangelical Presbyterian Church (EPC), com sede em Orlando.
O crescimento da denominação e influência do pastor em um país oficialmente islâmico é o motivo da perseguição religiosa, sendo a acusação de terrorismo apenas uma tentativa de justificar a sua prisão.
Donald Trump anunciou novas sanções ao Governo turco que entraram em vigor nesta quarta-feira, dessa vez, através de medidas econômicas contra os ministros de Justiça da Turquia, Abdülhamit Gül, e de Interior, Suleyman Soylu.
“A detenção injusta do pastor Brunson e a sequência das ações contra eles é simplesmente inaceitável”, declarou o porta-voz da Casa Branca, Sarah Huckabee Sanders.
“Não vimos nenhuma evidência de que o pastor Brunson tenha feito algo errado e acreditamos que ele é vítima de uma injusta e injusta atenção do governo da Turquia”, acrescentou o porta-voz, segundo a Associated Press.
O Presidente da Turquia, por outro lado, disse que não dará “crédito a esse tipo de linguagem ameaçadora”, destacando que a iniciativa dos Estados Unidos, através de Trump, é fruto de alguém que possui uma “mentalidade sionista”.
“Não é possível aceitar que a América se levante, especialmente com um evangelista, a mentalidade sionista, e usa esse tipo de linguagem cheia de ameaças”, disse Erdogan, com informações do Time of Israel.