Uma incomum decisão do Poder Judiciário no Irã permitiu que prisioneiros cristãos do país recebessem um indulto para passar 10 dias fora da cadeia, com suas famílias, por conta da temporada de feriado do Natal.
Os cristãos formam uma minoria religiosa no Irã, um país de maioria muçulmana governado por líderes islâmicos. Leis que são seguidas à risca sufocam a comunidade cristã, proibindo diversas atividades, como o evangelismo, por exemplo.
Agora, segundo informações da Rádio Free Europe, a decisão judicial que permitiu o indulto – popularmente conhecido como “saidinha” no Brasil – para os prisioneiros cristãos – muitas vezes presos por crimes associados à prática religiosa – surpreendeu o mundo.
“A decisão é marcar o Ano Novo de 2022 e o aniversário do nascimento de Jesus Cristo”, disse o site especializado em temas jurídicos Mizan Online em 26 de dezembro. O chefe do judiciário, Gholamhossein Mohseni Ejehi, instruiu as autoridades de todo o país a emitir a dispensa.
Entretanto, não ficou claro quando o período de dez dias começa, ou quantos prisioneiros cristãos se beneficiarão com a licença.
De acordo com a determinação, a medida não se aplica a presidiários condenados por comprometer a segurança, o crime organizado, sequestros, assaltos à mão armada e condenados à morte.
A maioria dos cristãos no Irã é de etnia armênia que celebra o Natal em 6 de janeiro.
Por volta dessa época do ano, algumas lojas nas principais cidades colocam decorações, incluindo árvores de Natal, enquanto pessoas fantasiadas de Papai Noel ficam do lado de fora das lojas.
Os cristãos representam menos de um por cento da população total do Irã, que possui 83 milhões de habitantes, sendo a maioria muçulmanos xiitas.