A mesma pesquisa que apontou o ícone da esquerda no país como sendo, supostamente, o presidente preferido dos evangélicos, mostra que esse segmento é o que tem maior rejeição às bandeiras de costumes dessa ideologia.
A empresa de pesquisas Datafolha ouviu 3.666 pessoas com mais de 16 anos, presencialmente, em 191 cidades do país entre os dias 13 e 16 de dezembro. O levantamento mostra que os evangélicos são muito mais inflexíveis com relação a bandeiras progressistas que católicos e espíritas.
67% dos entrevistados que se disseram evangélicos se opõe fortemente à veiculação de propagandas na televisão com parceiros homossexuais. Esse percentual é de 50% entre católicos, e de 40% entre espíritas.
De acordo com informações do portal O Otimista, o mesmo perfil de rejeição às bandeiras LGBT é observado entre os entrevistados que apoiam o governo do presidente Jair Bolsonaro (PL): 74% dos que disseram ter votado em Bolsonaro também reprovam a existência de publicidade com homossexuais.
Esse resultado coloca em xeque o apontamento dos pesquisadores que afirmaram que a maioria dos evangélicos considera o ex-presidiário Lula (PT) seu presidente preferido. A própria bancada evangélica no Congresso Nacional decidiu contratar uma pesquisa de outra empresa para desmentir o Datafolha.
O mesmo levantamento mostrou que, no geral, a população gostaria de preservar crianças da exibição de manifestações de afeto entre homossexuais na televisão: 51% dos entrevistados disseram concordar com a frase “comerciais com casais homossexuais devem ser proibidos para proteger as crianças”.
Dentro do universo pesquisado, 45% declarou discordar totalmente ou parcialmente da frase, enquanto outros 2% afirmaram não ter opinião formada.
O apoio à ideia de proibição de publicidade com parceiros LGBT é maior entre homens (55%) e entre pessoas de menor grau de ensino (57%). Entre mulheres, 48% reprovam propagandas com homossexuais, e entre os entrevistados com Ensino Superior o número foi 39%.