A perseguição religiosa aos cristãos na Índia produz sequelas emocionais e também físicas. Muitos procuram refúgio em lugares mais isolados ou protegidos pelas autoridades, enquanto outros se sentem chamados para evangelizar, mesmo arriscando suas vidas. Este é o caso de uma jovem cristã de apenas 22 anos.
Bahia, chamada assim por razões de segurança, é uma cristã que atualmente cursa teologia em uma escola bíblica, localizada em uma região segura da Índia. Mas para ela não se trata de um lugar de refúgio, mas sim de capacitação em função do seu grande objetivo: evangelizar os hindus.
Bahia foi espancada ao lado da sua família em um vilarejo onde mora. “Fomos abusados verbalmente e os líderes de nossa aldeia realizaram muitas reuniões sobre nós. Mas não reagiam com violência. Passou uma semana depois de voltarmos à vila. E então, tudo aconteceu de repente”, disse ela.
Inicialmente os extremistas hindus eram agressivos apenas verbalmente, até que chegou o momento em que eles arrastaram Bahia e seus parentes para a rua, espancando a todos da pior forma possível.
“Por que vocês estão me batendo?”, perguntou ela na hora da agressão. “Você é cristã! Você tem que ir. Esta não é a sua casa”, responderam os hindus. Com a chegada da polícia, o grupo se dispersou, mas ninguém foi preso. A conivência das autoridades hindus faz parte da onda de perseguição religiosa no país.
“A polícia simplesmente disse a todos que deveríamos viver juntos em paz. Então eles foram embora”, disse a jovem cristã, segundo a Missão Portas Abertas. Após algum tempo fora da vila, Bahia e sua família retornou para sua casa, onde foram novamente agredidos.
Foi depois desse novo episódio que a jovem cristã resolveu se refugiar por um momento na escola de teologia, com o objetivo de se capacitar para saber lidar com os extremistas hindus.
“Nós nos recusamos a desistir de nossa fé, o que os deixou com muita raiva”, disse Bahia. “Eles se tornaram agressivos porque éramos muito persistentes em seguir a Jesus. Eles nos ordenaram que deixássemos a vila, dizendo: ‘Os cristãos pertencem a países estrangeiros’”.
“Quero passar mais tempo aprendendo sobre Deus para que um dia eu possa voltar com o Evangelho. Essa é a promessa que fiz à minha mãe. É meu desejo profundo compartilhar a palavra de Deus com eles lá. Quero dizer a todos que Jesus não morreu apenas por estrangeiros. Ele morreu por todos”, explica a jovem.
Finalmente, Bahia conclui dizendo que apesar dos riscos, sofrer perseguição por amor a Cristo é um privilégio, visto que é algo descrito na Bíblia Sagrada como parte do cumprimento profético dos últimos dias na terra.
“Não tenham medo quando a perseguição chegar até vocês. Faz parte da vida cristã. É um privilégio ser perseguido. Não fiquem tristes ou desanimados”, conclui a cristã.