O procurador Deltan Dallagnol foi alvo de um processo disciplinar após ter suas mensagens invadidas por um hacker. No entanto, o Conselho Nacional do Ministério Público decidiu arquivar a ação.
Dallagnol foi um dos procuradores que atuam na Operação Lava-Jato que foi alvo de uma invasão ilegal por um hacker em seu celular, e teve parte de suas conversas com o então juiz Sérgio Moro reveladas pelo portal de esquerda The Intercept BR, dirigido pelo jornalista Glenn Greenwald.
A decisão do Conselho Nacional do Ministério Público pelo arquivamento foi tomada após a constatação de que não houve nenhuma infração disciplinar por parte de Dallagnol, nem pelos outros integrantes da força-tarefa.
O corregedor do CNMP, Orlando Rochadel, produziu um relatório de 20 páginas e afirmou que as conversas publicadas pelo Intercept foram obtidas de forma ilegal, com a invasão dos celulares, além do fato de que não há comprovação da veracidade das mensagens, se houve adulteração do conteúdo e que não há indícios de infração funcional nos supostos diálogos.
De acordo com informações do Jornal Nacional, Rochadel pontuou que “não se identifica articulação para combinar argumentos, conteúdo de peças ou antecipação de juízo ou resultado”, e acrescentou: “Não se verifica indicação de compartilhamento de conteúdo de peças decisórias ou que os atos do magistrado foram elaborados por membros do Ministério Público […] Ainda que as mensagens fossem verdadeiras e houvessem sido captadas de forma lícita, não se verificaria nenhum ilícito funcional”.
O procurador Deltan Dallagnol não quis se manifestar sobre a decisão do Conselho Nacional do Ministério Público. O caso ainda está sendo investigado pela Polícia Federal, que adota diferentes linhas de investigação para descobrir quem financiou e ordenou a invasão dos celulares dos integrantes da Operação Lava-Jato.
Fontes ligadas ao diretor-geral da PF, Maurício Valeixo, garantem que a análise de documentos apreendidos numa operação contra a atuação de hackers em Santa Catarina será decisiva para conferir o envolvimento de agentes internacionais na invasão dos celulares das autoridades brasileiras.