Um caso de aparente discriminação religiosa causou revolta em alunos do Colégio Estadual Amaro Cavalcanti, no Largo do Machado, Zona Sul do Rio de Janeiro, após um professor proibir que uma aluna lesse a Bíblia no colégio, mesmo estando durante o tempo livre, ou seja, fora do horário de ensino.
Segundo informações do jornal O Globo, o professor teria liberado os alunos após o fim de uma atividade. Eles, nesse tempo livre, poderiam fazer qualquer coisa, tanto que alguns tiraram fotos e utilizaram a internet.
Ao ver que uma aluna, porém, aproveitou o intervalo para ler a Bíblia, o professor reagiu com intolerância: “Se quer ler a bíblia, vá à igreja, e não à escola”, teria dito o docente, que também proibiu a menina de levar o livro sagrado para o colégio.
A mãe da aluna tomou conhecimento do caso mediante um grupo no WhatsApp, e resolveu ir ao colégio tomar providências. “Fui na escola para ouvir a direção. Fui atendida por uma professora, que pediu desculpas, mas disse que não foi nada demais, que isso deve ter sido sem querer. Ainda falei: ‘Preciso conversar com o professor, para saber o porquê'”, disse a mãe.
Com base no relato de outros estudantes que presenciaram a discriminação, a mãe disse que o professor “estava tirando selfie com outras alunas, por que constrangeu minha filha de levar a bíblia para a escola?”.
Afastado
Segundo a mãe da aluna discriminada, outros estudantes também ficaram constrangidos, pois notaram a atitude errada do professor, o qual não teve o nome divulgado.
“Quero que ele seja afastado da escola, já que, assim como minha filha, muitos alunos não querem mais ter aula com ele”, continuou a mãe. “Os alunos falam que não é a primeira vez que acontece, que ele chama os meninos até de burro. É repugnante e revoltante, já que isso vem de alguém que está ali para dar o exemplo”.
Uma colega da aluna vítima da discriminação, confirmou o episódio, descrevendo o que aconteceu. “Tinha uns alunos conversando, outras mexendo no telefone, que é uma coisa errada, e ele pegou e proibiu ela de levar a bíblia? A gente não acreditou no que ele falou e ela”, contou a jovem.
Após o caso ter ido parar na Delegacia, onde a mãe da aluna denunciou o professor por discriminação religiosa e de raça, a Secretaria Estadual de Educação (Seeduc) informou que afastou o professor das atividades e abriu uma sindicância para apurar o ocorrido.