Uma nova delação premiada aponta o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), presidente da Câmara dos Deputados, como receber de um total de R$ 52 milhões em propinas do esquema investigado pela Operação Lava-Jato.
A acusação foi feita pelo executivo Ricardo Pernambuco Júnior, funcionário da Carioca Engenharia, em acordo de colaboração em troca de redução de pena. Os valores estariam discriminados em uma planilha apresentada por Pernambuco.
Segundo informações do jornal O Estado de S. Paulo, essa planilha já estaria em posse do ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF) e seria a peça principal do inquérito que a Procuradoria Geral da República (PGR) está montando contra Cunha.
Como de costume, Cunha foi procurado pela imprensa para comentar as acusações, mas alegou que o caso é velho e como já havia se manifestado antes, não o faria novamente.
De acordo com informações do G1, esse é o terceiro inquérito aberto pela PGR contra o presidente da Câmara. Existe a suspeita de que o deputado – que integra a bancada evangélica – tenha recebido propinas do consórcio formado pelas construtoras Odebrecht, OAS e Carioca Christiani Nielsen Engenharia – que tinha contrato na obra do Porto Maravilha – em 22 transações bancárias.
Durante a votação do impeachment na Câmara ontem, 17 de abril, diversos parlamentares que votaram contra o processo, acusaram Cunha de ser um dos mentores do que o PT diz ser um “golpe” contra Dilma.
Em todas as vezes, Eduardo Cunha ouviu as acusações sem esboçar reação, e no momento de dar seu voto, disse sim ao impeachment e pediu a Deus que Ele “tenha misericórdia dessa nação”.