A crise do coronavírus se tornou o tema principal da atividade do pastor Silas Malafaia nas redes sociais nos últimos dias. O líder pentecostal tem se dedicado a pontuar incongruências que enxerga no debate público e na postura da grande mídia ao defender enfaticamente a quarentena.
O pastor da Assembleia de Deus Vitória em Cristo (ADVEC) destacou que os ataques feitos contra o presidente Jair Bolsonaro em sua atuação na crise do coronavírus são feitos a partir da omissão de informações importantes e de uma construção narrativa liderada por políticos, em especial o governador João Doria (PSDB-SP).
“Eu e minha esposa temos mais de 60 anos. Minha mãe tem 90 anos. Eu estou lidando com pessoas na igreja. Eu também estou no risco. Mas eu vou começar a mostrar para vocês sobre essa quarentena de ‘meia tigela’. No dia 21 de março, o governador de São Paulo falou que desde de janeiro o Hospital das Clínicas já estava preparado para a pandemia. Então por que permitiu o Carnaval? Já sabia da pandemia e não tomou providência nenhuma?”, questionou.
A exposição das diferenças entre postura e discurso seguiu, e Malafaia fez críticas à demora em tomada de medidas: “Segundo os especialistas, esse vírus leva de 7 a 14 dias para poder se desenvolver. Até o dia 20 de março, o transporte urbano de São Paulo e o do Rio de Janeiro estava andando em pleno vapor, quando o coronavírus já estava espalhado. Depois é que caiu um pouco, na segunda-feira 22 de março. Se o coronavírus é tudo isso aí, foi Deus quem livrou o Brasil de uma catástrofe geral”.
Como um ferrenho opositor da quarentena generalizada, Malafaia disse no vídeo que a medida interessa a governadores e imprensa por causa da suspensão do pagamento de dívidas com o governo federal.
“A lei de licitação é suspensa [em período de calamidade pública]. O pagamento da dívida de estados e municípios com a União também é suspensa. Então, interessa muito manter isso. E a imprensa? Vocês sabiam que o jornalismo de TV aumentou o tempo em 300%, que jornais e revistas estão vendendo assinaturas como nunca? Você sabia que desgraça, calúnia, fofoca, difamação, vendem? Coisa boa não vende”, disparou o pastor.
Mais à frente, Malafaia mencionou a situação de vulnerabilidade que a maioria das pessoas enfrentam, já que não têm dinheiro de reserva, e que por isso é necessário avaliar cada ponto da situação com olhar crítico e cautela.
O pastor também fez questão de pontuar que o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, é comunista, e por isso as medidas sugeridas pela entidade vêm carregadas de extremismo e parcialidade: “[Tedros Adhanom é] protetor da China. No início de fevereiro, Donald Trump falou que tinha que fechar todo o transporte aéreo para a China, mas ele pulou [fora] porque ia prejudicar a China. E agora, ele vem com essa conversa encobrindo o China”, recapitulou.
Ao final, o pastor repetiu sua oração para que Deus que livre o Brasil de todas as previsões catastróficas nessa crise do coronavírus: “Em nome de Jesus, depois que isso passar, o Brasil tenha um tempo de prosperidade que nunca houve na nossa nação. Que as autoridades tenham sabedoria para evitar o caos social”.