Um grupo de cristãos que vive no estado indiano de Karnataka foi atacado por radicais hindus ultranacionalistas enquanto faziam visitas às casas de outros cristãos como parte de uma ação de Natal.
O relato indica que os radicais teriam agredido os cristãos verbal e fisicamente, além de queimarem três caixas de literatura cristã e, posteriormente, acusarem os cristãos de se envolverem em conversões religiosas ilegais.
De acordo com a entidade de monitoramento da perseguição religiosa International Christian Concern, o incidente ocorreu na aldeia de Srinivasapura, localizada no distrito de Kolar de Karnataka, no último sábado, 11 de dezembro.
O grupo de cristãos, liderado pelo pastor Anjinappa e o Sr. Sathyaraj, foi confrontado por uma multidão de 20 radicais hindus ultranacionalistas durante uma ação da igreja local relacionada à comemoração do Natal e que envolve a visita às casas dos fiéis que fazem parte da comunidade.
Os radicais cercaram os cristãos, gritando palavras de baixo calão, enquanto outro grupo de extremistas hindus invadiram um veículo que estava sendo usado pelos cristãos, retiraram três caixas de exemplares dos Evangelhos e os queimaram usando gasolina.
A polícia foi chamada ao local e levou os cristãos e vários membros da multidão radical para a delegacia. Durante o depoimento, os cristãos foram ainda hostilizados pela polícia depois de serem acusados de se envolverem em conversões religiosas ilegais, um artifício legal que é usado pela maioria hindu para perseguir minorias religiosas, como os cristãos.
Os radicais pressionaram a polícia para impedir qualquer cristão de entrar na aldeia de Srinivasapura para liderar qualquer tipo de oração cristã. Antes de liberar os fiéis para deixarem a delegacia, a polícia os forçou a assinar uma carta concordando em não conduzir nenhuma oração cristã na aldeia de Srinivasapura.
Em todo o estado indiano de Karnataka, os ataques a cristãos e seus locais de culto aumentaram drasticamente enquanto o governo estadual se prepara para propor a promulgação de uma lei anti-conversão, o que tornaria a atividade evangelística um crime.
Durante meses, os políticos do partido ultranacionalista BJP, o mesmo do primeiro-ministro Narendra Modi, prometeram promulgar a polêmica lei, citando falsas alegações de conversões ilegais generalizadas ao cristianismo.
Muitos acreditam que o mesmo texto da lei anti-conversão nacional, que ainda não avançou, será proposta na atual legislatura da Assembléia Legislativa do estado.