A manifestação progressista dos bispos que participam do Sínodo sobre a família no Vaticano a respeito dos gays e suas possibilidades de servir à Igreja Católica foi duramente criticada pela ala conservadora da denominação e agora os sacerdotes recuaram em parte do que havia sido divulgado.
O relatório da 3ª Assembleia Extraordinária do Sínodo dos Bispos sobre a Família dizia em seu texto que a Igreja Católica deveria acolher os homossexuais e reconhecer os “talentos e qualidades” que eles têm para oferecer à comunidade cristã. O documento também se recusava a equiparar a união homoafetiva ao casamento entre homem e mulher.
No entanto, a ala conservadora da Igreja Católica considerou o relatório uma traição, e de acordo com informações da CNN, fez duros ataques ao documento, pois a mensagem que os fiéis teriam entendido era que agora o Vaticano aceitava a prática homossexual.
Na última terça-feira, 14 de outubro, o Vaticano recuou em sua posição e divulgou um comunicado dizendo que o relatório sobre gays e lésbicas era um “documento de trabalho”, e não a palavra final da Igreja, que tem a intenção de acolher os homossexuais, mas não pretende criar a “impressão de uma avaliação positiva” a respeito da prática homossexual.
O cardeal norte-americano Raymond Burke, chefe do Supremo Tribunal do Vaticano, disse que o relatório “não tem uma base sólida nas Sagradas Escrituras”, e que portanto, precisa ser revisto.
Na última segunda-feira, 13 de outubro, quando o relatório foi divulgado, o papa Francisco fazia um sermão na Praça São Pedro e afirmou que “Jesus fazia coisas estranhas”, como “sair com os pecadores”, e acrescentou que todas as “leis que não levam a Ele estão mortas”.
Em 2013, o papa havia dito durante a Jornada Mundial da Juventude que não está apto a julgar os homossexuais que procurem a igreja em sua necessidade de se achegar a Deus.