O pastor André Valadão concedeu uma entrevista sobre a relação entre a religião e política, defendendo a necessidade de os cristãos estarem prontos a defenderem valores e princípios que estão sendo, através da política, corrompidos ou destruídos.
André Valadão, que dirige a Lagoinha Orlando Church, não titubeou ao dizer que as eleições de 2022 no Brasil são uma oportunidade “para nós realmente nos posicionarmos independente de religião” contra a degradação de valores e princípios básicos.
Um dos argumentos de Valadão para que as igrejas e seus líderes se posicionem de forma clara a respeito da rejeição à esquerda é justamente a franqueza dos militantes dessa ideologia:
“Eles são claros. Falam o que acreditam. Eles vão para a rua e aparelham sua ideologia aonde eles podem. Agora, aquele que é o cristão, que tem a Palavra, que tem algo para defender não quer. ‘Não quero guerra com ninguém’, ‘não quero me posicionar porque vou ser perseguido’. Meu Deus! O nosso Senhor foi morto! Ele foi morto, crucificado. Todos os nossos apóstolos foram mortos por causa de um posicionamento, porque não é essa vida, mas é aquilo que a gente tem para viver eternamente”, pontuou.
Em seguida, o pastor aprofundou seu raciocínio: “Religião e política andam juntas. Eu creio que a partir desse ano em diante quem não se posicionar já está se posicionando. Não é sobre aceitação, é sobre ter o direito de dizer. Jesus disse ‘vá por todo o mundo e pregue o Evangelho a toda criatura, aquele que crer será salvo, quem não crer será condenado’. Jesus deu o direito de as pessoas concordarem com você ou não. Mas você, como cristão, tem o papel de falar, de dizer, e é isso que está minguando na vida da Igreja, que não pode mais”.
Circunstâncias
Essa postura contundente, disse André Valadão, foi discutida com seu pai, pastor Márcio Valadão, líder da Igreja Batista da Lagoinha em Belo Horizonte (MG), congregação que deu origem às filiais em todo o Brasil e também no exterior.
“[Estava] falando ‘pai, a sua geração no Evangelho viveu um tipo de discussão diferente da minha hoje. Hoje eu preciso falar de homossexualidade, eu preciso falar do uso de drogas, preciso falar do álcool, eu preciso falar, pai’. Se eu não falar, vai todo mundo fumar maconha na igreja, para todo lado. Se eu não falar, sai todo mundo virando gay dentro da igreja, e ninguém fala nada. Se eu não falar, vai todo mundo sair votando em nego maluco aí, porque é mais bonito, porque está no Netflix”, acrescentou o pastor.
A entrevista, concedida ao youtuber e comentarista político Paulo Figueiredo Filho, passou por diversos aspectos do debate em torno da relação da religião com a política. O entrevistador comentou que “a degradação da sociedade começa pela degradação da religião, assim como a construção da sociedade acontece primeiro pela construção da religião”.
Valadão concordou, alertando para a infiltração de influências de esquerda no meio evangélico através de artistas e pastores, e ponderou dizendo que a “persona” do presidente Jair Bolsonaro causa estranheza a uma parte dos fiéis, mais sensíveis.
“Existe uma agenda no meio evangélico hoje que tem sorrateiramente entrado na cultura evangélica, na música, na arte, com artistas evangélicos com uma agenda de esquerda, com pastores evangélicos com uma agenda de esquerda. Com todo respeito, Bolsonaro ajudou muito [nessa infiltração] por causa do jeito dele. Ele é aquilo ali, e ajudou na rejeição à persona dele. Vai fazer o quê, né? A pessoa é autêntica ao extremo”, comentou.
Ao final, o entrevistador questionou em quem votar: “Presidente é Bolsonaro, não tem outra pessoa, não. Não tem. E ele é maravilhoso, é um ótimo presidente”, afirmou, objetivo.
“Vai colocar no colo do Bolsonaro a pandemia, gente? Como é que coloca num presidente a pandemia? Ele deixou com governadores. Ele já postou [em redes sociais] os bilhões de reais que deixou com prefeitos, governadores, a liberdade que ele deu para os estados. E não é presidente que define o que vai fazer em cada estado. O povo está querendo colocar no colo do presidente o valor da gasolina. Já tirou imposto, já mostrou o que ele fez […] Isso é uma inflação mundial. As obras que o PT não entregou, nos governos todos, o cara está entregando”, finalizou.