O presidente Jair Bolsonaro foi alvo de mais um pedido de impeachment, dessa vez protocolado por um grupo de religiosos e organizações de esquerda na última terça-feira (26) na Câmara dos Deputados.
O grupo, composto também por membros de entidades alinhadas ao esquerdismo no meio protestante, como o Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil e à Aliança de Batistas do Brasil, acusa o presidente da República de promover “política genocida” e “postura negacionista” durante a pandemia do novo coronavírus.
Também assinam o pedido de impeachment religiosos ligados à Igreja Episcopal Anglicana do Brasil, Igreja Evangélica de Confissão Luterana do Brasil e à Comissão Brasileira Justiça e Paz da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).
“Diante da mais grave crise de saúde pública da história do país e do planeta, o Presidente da República, irresponsavelmente, oscilou entre o negacionismo, o menosprezo e a sabotagem assumida das políticas de prevenção e atenção à saúde dos cidadãos brasileiros”, diz o pedido.
Segundo os religiosos, o comportamento de Bolsonaro durante a pandemia teria estimulado a população a agir de forma irresponsável, colocando em risco a própria vida, uma vez que, segundo esses religiosos, o presidente “descumpre as regras de distanciamento e de etiqueta respiratória, desestimula o uso da máscara e expõe o povo brasileiro à morte.”
O pedido de impeachment ainda alega que o presidente teria tentado impedir a chegada da vacina contra o Covid-19. Também alega que o chefe do Executivo estaria errado ao defender a implementação do tratamento precoce, como defende também inúmeros médicos dentro e fora do Brasil.
“O presidente colocou em dúvida a eficácia e promoveu obstáculos à aquisição de vacinas, fez campanha pelo uso de medicamentos e tratamentos não corroborados pela comunidade científica”, diz o texto, segundo a Câmara.
Ao saber do pedido de impeachment contra o presidente, o deputado Bibo Nunes (PSL-RS) desdenhou da iniciativa, dado a já reconhecida oposição ideológica ao governo conservador e de direita.
“Vejo com muita naturalidade um grupo de religiosos ligados à CNBB, que todos sabem que é de esquerda, criticarem, pedirem o impeachment. Não vejo problema algum, porque vou esperar o que de quem é contra o governo, de quem é tradicionalmente de esquerda? Sem problema algum, façam mais um pedido, coloquem na fila, que vai dar em nada”, afirmou.
Ao saber que os nomes da denominação Batista e Presbiteriana foram citados pelo grupo de esquerda, ambas às denominações publicaram notas negando qualquer apoio formal ao movimento. A Associação Nacional de Juristas Evangélicos (ANAJURE) também negou apoiar o impeachment do presidente. Para saber mais, leia:
Malafaia, Igrejas Batista e Presbiteriana negam apoio ao impeachment de Bolsonaro