A pornografia é um dos maiores desafios enfrentados pela igreja cristã atualmente. Com o aumento do acesso aos conteúdos virtuais, através da internet e mais recentemente dos aplicativos para celulares, o consumo de conteúdo adulto cresceu proporcionalmente.
Uma pesquisa americana feita com 1.024 adultos e divulgada anualmente sobre “Valores e Crenças”, realizada pelo Instituto Gallup, revelou que em 2018, 43% da população em geral considera o consumo de pornografia algo “moralmente aceitável”, representando um crescimento de 7% em relação ao ano passado.
Foi verificado que temáticas morais, especialmente envolvendo o liberalismo sexual, vem crescendo exponencialmente desde 2011, quando a pornografia, por exemplo, era considerada aceitável por apenas 30% da população.
O que mais chama atenção para nós, cristãos, é que uma variante da pesquisa, feita com pessoas que consideram a religião algo “muito importante” em suas vidas, revelou que 22% delas também consideram filmes pornôs algo moralmente aceitável, algo preocupante para muitas igrejas.
Consequências do vício em pornografia
A pornografia molda o comportamento sexual do homem e da mulher com base no que eles veem repetitivamente. O cérebro desencadeia uma série de reações químicas, associadas à substâncias como a endorfina, semelhante ao uso de drogas como o álcool e outros entorpecentes.
A sensação de prazer provocada pelo estímulo momentâneo condiciona o cérebro e as emoções, fazendo com que o indivíduo queira repetir cada vez mais o número de “doses” consumidas. Na prática, portanto, o consumo de pornografia pode gerar uma dependência semelhante ao uso de drogas.
Quem conhece bem esses efeitos é o pastor Greg Oliver, um ex-dependente de pornografia que para ajudar outras pessoas, criou um ministério específico para lidar com o problema.
“Eu acreditei por um longo tempo que iria melhorar, iria achar técnicas de auto-ajuda, que eu seria capaz de derrotar esse vício por conta própria, mas isso nunca funciona assim. E foi ficando cada vez pior. Começou como uma espécie de atrevimento, mas o vício em pornografia cruzou a linha do adultério virtual”, disse ele em outra publicação.
Disfunção afetiva
O pastor Greg citou uma das piores consequências do vício em pornografia, que é a destruição dos relacionamentos amorosos e o “anestesiamento afetivo” do usuário. Em outras palavras, o usuário de pornografia sente dificuldade de se satisfazer sexualmente com uma única pessoa, bem como de pensar na realização emocional da sua esposa ou esposo.
“Isso afetou muito minha esposa. A pornografia ensina lições erradas sobre sexo. Ela ensina que é sob demanda [sexo descartável]. Ela ensina que eu devo ser sempre o que eu quiser [um tipo de relação egoísta]. Não preciso pensar na outra pessoa”, acrescentou o pastor.
A disfunção afetiva é reconhecida pela incapacidade de criar laços com o outro, senão pelo interesse sexual.
A dificuldade de se envolver profundamente é perceptível e se transforma em um problema de fidelidade, uma vez que mesmo sem o contato físico com outras pessoas, a cobiça no coração, como ensinou Jesus em Mateus 5:28, já caracteriza o adultério.
Para saber mais, leia: Ex-produtores de filmes adultos contam segredo de como se libertar do vício sexual.