A organização da Copa do Mundo exige das cidades-sede planejamento em todos os aspectos que podem influenciar nas disputas, trânsito, deslocamentos de torcida, segurança, etc. Porém o Rio de Janeiro, preocupado com os alagamentos que atingem o Maracanã, apelou para o mundo espiritual e firmou um convênio com uma médium para evitar chuvas na cidade durante a realização do Mundial.
A Fundação Cacique Cobra Coral (FCCC) é uma organização religiosa administrada pela médium Adelaide Scritori, que afirma ser capaz de receber o espírito de um cacique norte-americano. A FCCC e a prefeitura do Rio são parceiras desde 2005, num contrato de custo-zero para ambas as partes.
De acordo com a reportagem do portal Uol, autoridades ligadas à prefeitura teriam consultado a médium para garantir que o índio espante as chuvas. Segundo a própria Adelaide, ela trabalha com o espírito para “minimizar catástrofes que podem ocorrer em razão dos desequilíbrios provocados pelo homem na natureza”.
No entanto, os trabalhos devem ter uma motivação maior do que evitar a chuva, por exemplo: “Fomos chamados para atuar no carnaval do Rio. Os desfiles aconteceram no domingo e na segunda. O carnaval, por si só, não interessa à fundação. Qual o problema de chover no desfile? Mas pensamos em aproveitar a oportunidade para mandar chuvas para São Paulo, que está enfrentando problemas de estiagem. E foi o que foi feito”, afirma Osmar Santos, diretor de assuntos corporativos da fundação e marido de Adelaide, fazendo referência às chuvas que aconteceram em São Paulo nos dias mencionados.
A FCCC já manteve acordo semelhante com a prefeitura de São Paulo, mas como a administração municipal não cumpriu sua parte (investir em obras anti-enchente), o convênio foi desfeito pela médium.
Outro caso de cidade-sede de um grande evento esportivo que contou com os trabalhos da FCCC é Londres. Em 2012, a capital inglesa contratou a médium para espantar as chuvas que estavam previstas para o dia da abertura das Olimpíadas: “Havia risco de chuva, mas fizemos uma intervenção. Em volta do estádio, só tinha nuvens negras, mas não caiu chuva na abertura. A chuva foi desviada para a Espanha, onde os agricultores estavam passando por um período de estiagem”, alega Santos.
Alheia às questões que envolvem a laicidade do Estado, a FCCC atenderá às solicitações da prefeitura carioca para evitar alagamentos no entorno do estádio que abrigará a final da Copa do Mundo: “Com o Rio já trabalhamos para diminuir as chuvas na época da reforma do Maracanã, para não atrasar os trabalhos. Vamos atuar no encerramento da Copa no Rio, com certeza. E, depois, nas Olimpíadas”, informa o porta-voz da fundação.
Por Tiago Chagas, para o Gospel+