A edição antevéspera de Natal do programa Roda Viva entrevistou o humorista ateu Fábio Porchat, que aproveitou a data para alfinetar cristãos dizendo que a leitura da Bíblia leva à incredulidade.
O Roda Viva passou por uma revolução progressista em 2020, com a chegada da jornalista Vera Magalhães para o papel de apresentadora. Os temas passaram a explorar o politicamente correto, e uma demonstração é a provocação feita aos cristãos com a entrevista de um ateu conhecido por zombar do Natal e do cristianismo nas esquetes do Porta dos Fundos.
Na entrevista da última segunda-feira, 21 de dezembro, Porchat declarou que seu processo de pesquisa sobre o cristianismo é sempre pelo viés do ateísmo, e que a partir disso cria os textos dos especiais de Natal do grupo de humor, demonstrando o desprezo de alguém sem fé pelos dogmas religiosos.
“Quanto mais a gente lê a Bíblia, mais ateu a gente é. Não dá para a gente acreditar naquilo que está escrito literalmente. Aquilo são parábolas muito bonitas, ideias muito bacanas para a gente lidar com a sociedade, lidar com os outros e as adversidades”, disse Porchat.
“Eu sempre me interessei muito por religião, qualquer uma delas. […] Me interesso muito pelas histórias, as histórias são muito ricas e muito bonitas […] Analiso bem, leio a Bíblia, para tentar transformar [o especial] no olhar de um não-crente”, acrescentou o humorista.
“Quanto mais a gente lê a Bíblia, mais ateu a gente é.”
No #RodaViva, @FabioPorchat fala sobre a pesquisa para o roteiro do especial de Natal do Porta dos Fundos e sua relação com a religião. pic.twitter.com/LbxDPW1xQy— Roda Viva (@rodaviva) December 22, 2020
Desprestígio
Em 2020, o Especial de Natal do Porta dos Fundos não obteve o apoio da Netflix, que decidiu apostar em um filme que não atacasse a fé cristã. A aposta em Tudo Bem no Natal Que Vem, de Leandro Hassum, se provou acertada, e o filme se tornou líder de audiência no exterior e um dos mais assistidos no Brasil.
Antes do lançamento, Porchat tentou causar polêmica para promover o lançamento da edição 2020 da esquete, dizendo ter “certeza que se Jesus voltasse, e tenho certeza que já tentou, ele teria voltado gay, travesti, mulher, preta e teria morrido em três dias, e não em 33 anos”.